Santa Cruz do Sul teve uma noite de valorização de sua história no último sábado, 19. Em alusão ao Dia do Patrimônio, celebrado em 17 de agosto, a Secretaria Municipal de Cultura preparou um roteiro de visitação a quatro importantes prédios da cidade.
Em cada um deles, um ou mais guias apresentaram aos visitantes relatos sobre a origem dos prédios e a relação deles com surgimento e desenvolvimento da cidade. O itinerário começou pela Estação Férrea, onde hoje funciona a Centro Cultural Jornalista Francisco José Frantz; e depois prosseguiu pela Casa das Artes Regina Simonis, construção tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae); o Museu do Colégio Mauá, com milhares de peças que remetem à formação do município; e, por fim, o Palacinho da Praça da Bandeira, onde está instalado a sede do Governo Municipal.
Conforme o secretário municipal de Cultura, Marcelo Corá, o Dia do Patrimônio abre uma janela para o passado e o resgate da memória do município. Conforme o secretário, a realização de uma nova edição em 2024 está assegurada. “O evento veio para ficar. As pessoas puderam vivenciar os prédios com suas histórias, curiosidades e bastidores, reforçando o sentimento de pertencimento e mantendo a história da cidade viva.”
Natural de Ibirubá, a professora de educação física Carmen Jost reside há 20 anos em Santa Cruz do Sul. Na Casa das Artes, ela aproveitou para apreciar as obras em exposição. “Está maravilhoso. A programação me lembra muito a Noite dos Museus, em Porto Alegre. A cidade só tem a ganhar com eventos como esse”.
A presidente da Associação Pró-Cultura, mantenedora da Casa das Artes, Caroline Knies, manifestou satisfação em integrar a programação. Ela espera que o evento se consolide na agenda municipal. “Temos de divulgar nossa arte, nossa cultura e patrimônio”, afirmou.
Na companhia da esposa Adriana Tonato, o médico Dalvan Brum, de Vera Cruz, ficou bastante impressionado com os itens indígenas exibidas no Museu do Colégio Mauá. “Essas peças nos remetem a um tempo com o qual não tivemos contato. É possível imaginar como esses povos viviam e como funcionava a sua cultura”.
No Palacinho da Praça da Bandeira, a atividade contou com a participação de dois representantes da Câmara de Vereadores. Isso porque o Legislativo Municipal já esteve sediado no prédio construído em 1886. Sérgio Luiz Böhm (secretário executivo) agradeceu o convite da Secretaria de Cultura para participar do evento. “Fico muito feliz em poder contribuir e com a curiosidade das pessoas”. Para Guido Warken (diretor), o evento contribui para o despertar cultural da população. “Um dos grandes méritos desta atividade é apresentar a história feita pelos santa-cruzenses”.
Para o aposentado Clóvis Roberto da Silveira, integrante do Conselho Municipal de Cultura, é importante que a população se informe mais sobre a história e o patrimônio da cidade. Ele salienta que também é necessário dar maior visibilidade à contribuição do negro para a formação do município. “Santa Cruz tem uma grande potência em sua história, é preciso se inteirar para poder divulgar”, avaliou.