No terceiro final de semana de agosto celebramos a festa da assunção de Maria ao céu. É a festa com a qual professamos que Maria Santíssima, “terminado o curso da vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celestial”, conforme dogma proclamado pelo Papa Pio XII, em 1950.
Junto com a festa da assunção, a Igreja no Brasil celebra a vocação à vida religiosa. A relação que se faz é que, assim como Maria Santíssima, os religiosos e as religiosas professam a grandeza de Deus em suas vidas e testemunham, na humildade, a maravilha de suas obras. Por isso, o forte da vida religiosa é o testemunho dado ao mundo através da profissão dos votos de pobreza, castidade e obediência.
Na história da Igreja, a presença das religiosas e dos religiosos teve vital importância. Sem eles e sem elas, a Igreja certamente não teria sobrevivido às tempestades passadas nos dois mil anos de cristianismo. Basta olharmos para as profundas marcas deixadas em nossa região, onde edificaram inúmeros hospitais e colégios, além de terem constituído comunidades e haverem prestado assistência espiritual em várias paróquias. Ainda hoje, podemos usufruir da sua presença em comunidades das periferias urbanas, na animação de pastorais de fronteira, no atendimento a paróquias, na dinamização da espiritualidade, no trabalho em hospitais e na educação de jovens e crianças em colégios. Somos o que somos como Diocese, porque tivemos e temos a gratificante presença de irmãs, irmãos e padres que procuram orientar as suas vidas de acordo com os valores do Reino de Deus.
Reconhecemos que a sociedade atual não é muito propícia para o surgimento de novas vocações à vida religiosa. Isso porque, aquilo que é renegado por quem assume a vida religiosa, é colocado como grande valor pela atual sociedade. Enquanto os religiosos fazem o voto de pobreza, a sociedade afirma que “a felicidade está em ter muitos bens”. Enquanto os religiosos fazem o voto de castidade, prometendo abster-se dos prazeres da vida sexual, a sociedade apregoa a busca dos prazeres da carne a qualquer custo, fomentando o liberalismo sexual sem nenhum compromisso futuro. Enquanto os religiosos prometem “obediência”, a sociedade afirma o grande valor da liberdade sem limites, sendo que nada deverá ser proibido e tudo o que estiver ao nosso alcance nos deverá ser permitido.
Convido o povo das comunidades a nos unirmos em oração neste final de semana, pedindo a Deus que continue a chamar pessoas para a vida religiosa. Que dê força e ânimo às pessoas que recebem o chamado divino. E, mais do que isso, convido as famílias e comunidades a se empenharem para criar um clima favorável ao desenvolvimento da vocação à vida religiosa. Vamos pedir a Deus que chame, enquanto apoiamos a quem manifesta sinais deste chamado divino.
Obrigado a vocês, religiosos e religiosas, pelo testemunho de vida e pelo trabalho em favor do povo diocesano. Deus, por intermédio da Virgem Maria assunta ao céu, os abençoe e proteja.