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Dia dos Avós | Um elo de amor e acolhimento

Netos alimentam a conexão criada na infância e durante a vida adulta participam ativamente da vida de seus vovozinhos

Anna Laura e a avó Rute ficaram cada vez mais próximas com o passar dos anos
Arquivo pessoal

Luísa Ziemann
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Já diz o ditado popular: os avós são pais com açúcar. Representam um elo importantíssimo no desenvolvimento emocional infantil e desempenham um papel crucial, sobretudo durante os primeiros anos de vida dos netos. É claro que eles merecem uma data para lembrar a importância das pessoas que geralmente são as mais queridas e respeitadas dentro de uma família. Por isso, foi celebrado ontem, 26 de julho, o Dia dos Avós. A data tem suas origens no mundo cristão, em homenagem a Santa Ana e a São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus.

Os avós são vistos como figuras idosas e benevolentes que dão brilho às memórias da infância. Quando em sintonia com os pais, podem desempenhar um papel fundamental na vida dos netos, sendo determinantes no seu desenvolvimento físico e emocional. Mas, além de fazerem parte das lembranças dos primeiros anos de vida dos netos, a conexão, sintonia e, sobretudo, o carinho criado na infância se prolonga e se fortalece ao longo da vida.

Em Santa Cruz do Sul, o Sinergia Clube Sênior é responsável por fazer com que muitos avôs e avós – responsáveis por tantos ensinamentos aos seus filhos e netos – ainda continuem também aprendendo durante a terceira idade. De acordo com Michele da Silveira Brandão, CEO do clube, o trabalho é todo voltado à estimulação cognitiva. “O objetivo é incentivar o cérebro a continuar aprendendo”, explica. “A estimulação cognitiva serve para manter o nosso cérebro fortalecido, mesmo com o passar dos anos. Treinamos as habilidades cerebrais dos idosos para manter o cérebro deles ativos e com maior vitalidade.”

E para fazer com que os avôs e avós mantenham corpo e mente ativos, muitos netos alimentam a conexão criada lá na infância e mesmo durante a vida adulta participam ativamente da vida de seus vovozinhos. É como se os papéis se invertessem: depois de alguns anos, aqueles que se dedicaram a cuidar e educar seus netos estão na sua vez de receberem cuidados.

É o caso de Anna Laura Matos de Oliveira e sua avó, Rute Matos da Silva, de 74 anos. “Sempre tive uma ótima relação com a minha avó, de muito carinho e acolhimento. Durante a minha infância não passávamos tanto tempo juntas por conta de residirmos em cidades diferentes”, conta. “Porém, nos últimos anos devido a situações familiares tivemos a oportunidade de ter uma convivência muito maior. Minha avó hoje reside com os meus pais e por mais que a gente passe a semana longe uma da outra, aos fins de semana tentamos sempre passar o maior tempo possível juntas, quando eu não vou até eles em Encruzilhada do Sul, eles vêm para Santa Cruz.”

A conexão entre Anna Laura e Rute é tão forte que a neta não mede esforços para auxiliar a avó em tudo o que pode. “A minha avó foi diagnosticada com Alzheimer a mais ou menos cinco anos atrás e mesmo sabendo que a doença é irreversível sempre buscamos maneiras de trazer uma melhor qualidade de vida para ela, além de retardar o avanço da doença”, salienta a neta. “A Michele tem ligação comigo e com a minha família há muitos anos e quando soubemos do projeto que ela tinha desenvolvido com a Sinergia Clube Sênior fomos atrás para buscar maneiras de incentivar a vó através da estimulação cognitiva. Foi quando ela nos apresentou a box e nos tornamos assinantes.”

A assinatura da box – assim como todos os cuidados em relação ao Alzheimer – é apenas um pequeno gesto de retribuição a todo carinho, cuidado e acolhimento que Dona Rute teve ao longo da vida com Anna, que é sua única neta. “Minha avó sempre foi uma mulher de muita força, destemida e empoderada. Eu costumo dizer que ela nasceu bem à frente do seu tempo. São qualidades que sempre me fizeram admirá-la com brilho nos olhos”, destaca a neta.

Como funciona o Sinergia

Michele explica que, atualmente, o Sinergia se tornou um clube de assinaturas. “Desde abril deste ano o Sinergia passou a ser exclusivamente um clube de assinaturas em estimulação cognitiva. Como isso funciona: ao invés do meu aluno ir até um local físico fazer uma aula de uma hora de duração uma vez por semana, agora ele recebe todas as aulas em um box, possibilitando que as atividades sejam feitas em casa”, explica. “O assinante do clube recebe mensalmente em sua residência uma caixa que contém um caderno de estimulação cognitiva dividido em quatro semanas. Neste caderno estão as atividades que condizem ao seu perfil cognitivo específico, que é avaliado previamente quando o aluno assina a box.”

Ela ressalta que esse trabalho acaba sendo mais personalizado, atendendo as necessidades específicas de cada avô ou avó. “Na box vai também um jogo de treino cerebral e também presentes, que são itens sensoriais. Vai sempre algo para degustar, algo que tenha algum aroma, ou que estimule o toque. São sempre coisas que nessa idade os avós se interessariam, para despertar a curiosidade.”