As cores do arco-íris estamparam a Praça da Bandeira na noite de domingo, 25, durante uma transmissão do Cinema de Rua promovida pelo Sesc e pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul. Em um telão instalado em frente à fachada do Palacinho, foram projetados dois filmes gaúchos que retratam dificuldades enfrentadas nas relações homoafetivas, permeadas por preconceito e discriminação.
A iniciativa integrou a 2ª Semana da Diversidade – que começou na quarta-feira passada, 21, e se estende até esta quarta-feira, dia 28, com intensa programação envolvendo poder público e sociedade civil – e é também uma atividade de divulgação do 6º Festival Santa Cruz de Cinema, que acontecerá na cidade de 23 a 27 de outubro.
O primeiro filme apresentado foi “Letícia, Monte Bonito, 04”, produzido em Porto Alegre, com direção de Julia Regis, que retrata uma paixão que floresce entre duas meninas no interior do Rio Grande do Sul. Depois, foi exibido Cacicus, uma produção santa-cruzense, dos cineastas Gabriela Dullius e Bruno Cabral Gassen, que participou do Festival de Cinema local em 2021. A escolha dos dois curtas-metragens, segundo a agente de Cultura do Sesc, Lisiane Camargo, deve-se à importância de levar a temática LGBTQIA+ para os espaços públicos e também valorizar as produções locais.
Com olhos e ouvidos atentos, Kimberly Grade acompanhou desde o início a programação. Para ela, é “legal por parte da Prefeitura e do Sesc promover eventos assim, porque o público LGBT se sente representado e acontece uma forma de inclusão com a comunidade em geral”. Sentado ao lado dela, Francisco Egídio disse que considera a iniciativa muito “bacana” porque “incentiva que todas as pessoas possam refletir a respeito”.
E é esse mesmo o propósito da Semana da Diversidade, conforme o ativista Ruben Quintana: “levar pessoas, em diferentes espaços, a uma reflexão sobre os tabus, preconceitos e paradigmas que precisam ser quebrados para que possamos viver em uma sociedade mais inclusiva”. Na abertura do evento, Ruben, que é coordenador da Diversidade de Santa Cruz do Sul, lembrou que o Brasil é o país onde mais se assassina homossexuais no mundo e pontuou que “enquanto seguir havendo discriminação, debater a pauta LGBTQIA+ é extremamente necessário”.
As atividades da Semana da Diversidade seguiram na segunda-feira, 26, com palestras em escolas da rede municipal e estadual nos três turnos. Para terça-feira, 27, um grande público foi esperado na Câmara de Vereadores, para a plenária Políticas LGBTs no Poder, onde foi feito um debate, com participação de convidados vindos de outros municípios, sobre a importância da ocupação de cargos de liderança pelas minorias sociais. A programação se encerra nesta quarta-feira, 28, às 18h, na Praça da Bandeira, com o ato “Parem de nos matar”, em memória às vítimas de LGBTfobia.