No “O Livro dos Espíritos”, lemos que a moral é a regra de bem proceder, distinguindo o bem do mal; observando a Lei de Deus, que é fazer o bem para o próximo, o homem cumpre-a. Ela se resume na máxima de Jesus: “Fazeis aos outros o que quereis que vos façam”. A lei natural traça para o homem o limite de suas necessidades; se ultrapassá-las é punido pelo sofrimento. Os Espíritos foram criados simples e ignorantes, com liberdade de opção entre o bom e mau caminho; é preciso ganhar experiência e é por isto que vive a vida material.
As condições de existência variam de acordo com os tempos e lugares, surgindo necessidades diferentes; ao homem cabe, pela razão, distinguir as reais das convencionais.
Na prática de bons e maus atos, há diferenças quanto ao grau de responsabilidade; mais culpado é o homem instruído que faz uma injustiça, sabendo-o, do que o selvagem ignorante que satisfaz os seus instintos.
Se alguém praticar o mal pela posição em que o colocaram seus semelhantes, tem menos culpa dos que assim procedendo, ocasionaram; cada um será punido não só pelo mal feito, mas também pelo mal a que tenha dado lugar. Aproveitando do mal praticado por outrem é participar dele, pois que dele tira partido e telo-ia praticado se pudesse… Há virtudes em resistir ao mal mas se não o pratica apenas por falta de oportunidade, é culpado quem tal deseja.
Não basta ao homem apenas não praticar o mal; deverá fazer o bem dentro de suas limitações, pois “será responsável pelo mal que resultar de não praticar o bem”. O bem não consiste somente em ser caridoso, mas em ser também útil na medida do possível, sempre que for necessário seu concurso.
Há homens que já nascem em meios favoráveis ao mal; isto é uma prova por eles escolhida para ter “mérito da resistência”. Tem a missão de influir beneficamente sobre o meio onde vivem. O mérito do bem consiste na dificuldade em praticá-lo; o pobre que divide com outro seu único pedaço de pão tem mais mérito do que o rico que dá o que lhe sobra. As leis de Moisés, divididas em dez partes, abrangiam as circunstâncias da vida, em sua época e lugar. As leis mais importantes de todas, foi dada por Jesus: “Um novo mandamento vos dou; que vós ameis uns aos outros tanto quanto eu vos amo”, em várias povos antigos encontramos “livros sagrados”, escritos por líderes religiosos para impor ordem e respeito ao povo, que observa melhor o que afirmam vir de Deus.
Odilon S. Blank