Os 36 anos do movimento que deu origem à reforma psiquiátrica no Brasil é celebrado nacionalmente no dia 18, data que marca o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Em Santa Cruz do Sul, os avanços nos tratamentos em saúde mental e na atenção psicossocial das últimas décadas serão recordados em um evento na próxima terça-feira, 23, na Praça Getúlio Vargas, que tem como objetivo chamar a atenção para o estigma e a discriminação associados aos transtornos mentais.
Promovido pela Prefeitura, o Movimento de Luta Antimanicomial começará às 14h com apresentação do Coral da Alegria, do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II. Haverá ainda a exposição de um varal com a história da saúde mental, uma mostra de textos e poesias da oficina de narrativas do Caps, barraca de algodão doce e roda de conversa sobre o tema. O intuito é celebrar o fim dos manicômios e dos retrógrados métodos de exclusão que predominaram em leitos psiquiátricos no país até 1987, quando surgiu o Movimento Nacional de Luta Antimanicomial. De lá para cá, legislações contribuíram para que as internações arbitrárias fossem, gradativamente, sendo substituídas pelo cuidado humanizado, liberdade individual e desinstitucionalização.
Em Santa Cruz do Sul, a Secretaria da Saúde trabalha para que os atendimentos relacionados à saúde mental sejam conduzidos por uma rede de serviços humanizada e inclusiva, na defesa dos direitos humanos. De acordo com o vice-prefeito e secretário municipal da Saúde, Elstor Desbessell, os acolhimentos são baseados no cuidado e na sensibilidade, a fim de garantir que as pessoas com transtornos mentais possam receber a atenção adequada, com respeito à sua dignidade e autonomia e estímulo à solidariedade e à inclusão social.
No município, nos últimos anos, importantes avanços foram registrados para melhorar os atendimento em saúde mental, como a criação do Caps II em 1997, do Centro de Atenção Psicossocial da Infância e do Adolescente em 2002, do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas em 2006 e a implantação, em 2016, de dois residenciais terapêuticos – que são moradias destinadas a atender pessoas que perderam vínculos familiares após passarem por longas internações em instituições psiquiátricas.