No avião que o trouxe ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, em conversa com os jornalistas, o Papa Francisco surpreendeu com a lembrança de que é preciso condenar a cultura da rejeição dos idosos. Em seu linguajar coloquial, afirmou que um povo vai em frente com a união de jovens e idosos. “Os jovens pertencem a uma família, uma pátria, uma cultura, uma fé; tem uma pertença. Não devemos isolá-los. Eles são o futuro porque tem a força, são jovens, irão adiante; mas também os idosos são o futuro de um povo. Um povo vai em frente com ambos: com os jovens e com os idosos” (Portal Eclesia).
Antes de falar sobre os problemas enfrentados pela juventude, o Papa Francisco destacou a injustiça que se comete contra os idosos, que são “os depositários da sabedoria da vida, da história, da pátria e da família”. Estamos habituados à cultura do descartável: “com os idosos se faz isso demasiadamente”. E agora, conforme o Papa, também estamos fazendo isso com os jovens, ao não lhes dar trabalho. “Devemos acabar com este hábito de descartar e fazer um esforço para incluir a todos na sociedade”.
As palavras do Papa, em pleno vôo para a Jornada Mundial da Juventude, vem ao encontro da comemoração do dia dos Avós que acontece nesta sexta-feira, dia 26 de julho.
Para a Igreja, nenhuma pessoa é descartável. Por isso defendemos a vida do ser humano desde a concepção até o momento da sua morte. Em todas as etapas a pessoa precisa ter garantidos os seus direitos. Lamentamos que haja muitos idosos que, conforme palavras do Papa Francisco, são vistos como descartáveis e tratados como peso para as famílias e a sociedade. De outro lado, nos alegramos com as famílias que cuidam das pessoas idosas e lhes garantem vida digna em sua velhice ou em sua doença. Ficamos edificados com o tratamento dado aos avós em muitas casas., onde sua palavra é acolhida com carinho e sua presença é motivo de alegria para filhos e netos.
Por ocasião do Dia dos Avós e em plena Jornada Mundial da Juventude da qual tenho a alegria de participar, convido os avós a deixarem bater em seu peito o coração jovem conforme nos motiva o nosso Papa. Convido as crianças e os jovens a prestarem atenção nas palavras sábias, normalmente carregadas com profundo sentimento de fé, pronunciadas pelos avós. Aos filhos maiores, que tem a responsabilidade em cuidar dos seus “velhinhos”, peço que os tratem com ternura. A vocês, vovôs e vovós, saúdo com afeto, agradecendo, em nome da Diocese, o muito que já tem feito pelo desenvolvimento da sociedade, pela divulgação da fé e pela edificação da Igreja. Que São Joaquim e Santa Ana, os avós maternos de Jesus de Nazaré, intercedam abundantes graças e bênçãos junto ao Pai do Céu. Que Deus vos abençoe!
*Bispo Diocesano