Lucca Herzog – [email protected]
Na noite do dia 15, às 20h, o CTG Garrão de Potro recebeu a todos para a cerimônia de renovação de sua patronagem. O encontro ocorreu na sede do CTG, na Avenida Augusto Mandler, 1250, Linha Travessa. O título de Patrão é agora de Edison Rabuske.
Apoiando-se na tradição e no exemplo de seus antecessores, Rabuske projeta uma revitalização do CTG e dos costumes gauchescos. “A ideia é manter a chama [tradicionalista], dentro de um momento complexo da humanidade, onde a virtualização acaba substituindo a essência”, disse ele. Refletindo, portanto, sobre o lugar dessa riqueza cultural, não deixou de analisar o momento em que se encontra o movimento tradicionalista: “A ideia central é produzir, aqui, no nosso galpão, algo que também deixe mensagem pra essa geração que está vindo. O movimento tradicionalista foi alterando em alguns costumes, é o processo natural do tempo, e está sendo visto por nós. Quando se autorizou usar guitarra nos conjuntos musicais do Rio Grande, quando se autorizou as mulheres a usar bombacha, foi um avanço. Não somos imunes a isso. Mas ao mesmo tempo, respeitar a poesia e o que se construiu, porque essa é a riqueza”.
O Garrão de Potro está, geralmente, voltado a atividades de cavalgadas culturais. Entretanto, segundo o novo Patrão, a intenção agora é também repensar o papel cultural da música, “e o Lídio é, talvez, a primeira iniciativa, porque não é valorizado como deveria. Quando falamos com ele, há um mês, sobre essa missão, disse o seguinte: ‘Pois é, mas eu vou ter que ensaiar muito’. Só os humildes e os bons fazem isso”.
Edison refere-se a Lídio Frantz, músico homenageado por sua longa caminhada na história dos CTGs – e por seus 66 anos de carreira. Ele e a banda, a pedido dos novos diretores, prepararam uma seleção de clássicos nativistas, especialmente para o evento. “Nós tentamos, durante as duas últimas semanas, e quase não conseguimos definir os clássicos. A ideia é criarmos algo que não fizemos aqui no CTG. Uma hora e meia de atenção para que prestigiem uma seleção de clássicos, lá da década de 60 até 2002. Então é uma proposta cultural diferente”, contou Edison Rabuske, que já idealiza outra edição, com músicas da década de 40 e 50.