Débora Dumke – [email protected]
No dia de hoje, 18, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. Uma data para reconhecer a importância da literatura que é voltada para o público infantil. É comprovado que a leitura é indispensável para estímulos de criatividades e de imaginação, e nada melhor que começar com essa motivação logo na primeira infância, seja para a formação de leitores de contos, fábula, poemas, romances, o importante é a leitura. Neste dia, além de exaltar os livros infantis, exalta-se também o maior escritor do gênero: Monteiro Lobato.
A data foi escolhida porque nesse dia e mês, no ano de 1882, nasceu o escritor brasileiro Monteiro Lobato, por ser o primeiro, no Brasil, a se dedicar exclusivamente para a literatura voltada para as crianças.
Quem não se lembra da Emília, Dona Benta, Tia Nastácia, Tio Barnabé, Narizinho, Pedrinho, Visconde de Sabugosa, Rabicó, entre outros do folclore nacional e da mitologia grega, do famoso Sítio do Pica-Pau Amarelo? Ouvir sobre essa obra, é de certa forma retornar para uma fase nostálgica. Quem não lembra da famosa música “Marmelada de banana, bananada de goiaba. Goiabada de marmelo…Sítio do Pica-Pau Amarelo…” de Gilberto Gil? Com certeza todos leem cantando essa música que fez parte de grande maioria das crianças da época.
Essa data também serve para comemorar a importância da produção literária focada para a literatura infanto-juvenil, em que é o começo da formação dos novos leitores, ou seja, é aonde vai se constituindo os gostos literários, as preferências de gêneros e formas de enredo.
“De escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo.”
Monteiro Lobato
Para comemorar este dia, nada melhor que algumas diquinhas, não é mesmo?!
A primeira dica é o livro Bisa Bia, Bisa Bel (1981), de Ana Maria Machado. Esta obra aborda a questão da memória, a busca pela genealogia da família e também a igualdade de gênero. A partir de um retrato, ela desenvolve uma relação imaginária com a sua bisavó, e a seguir, com a sua futura bisneta. É um diálogo com o seu passado e o seu futuro, em uma conversa encantadora do real e da fantasia.
Quem não assistiu a série ou leu os livros do O Menino Maluquinho (1980), de Ziraldo? Este livro narra a história de um menino cheio de energia, travesso e muito criativo. O livro que foi escrito em histórias em quadrinhos, mais tarde, passa para outros meios como televisão, teatro e cinema. Durante toda a história é possível verificar a identificação das crianças com o personagem. Por ser uma criança de dez anos, possui uma superimaginação, praticamente sem medos, sempre disposto a descobrir algo novo e investigar o mundo que lhe cerca. O desejo de Ziraldo é que as crianças agitadas também se sintam pertencentes e compreendidas pelo Menino Maluquinho.
Por fim, a obra Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias (1976), de Ruth Rocha, traz questionamentos do menino Marcelo em relação as coisas que lhe cercam. Por que determinada coisa tem esse nome? Essas são as interrogações presentes na vida dele. Inconformado com isso, Marcelo decide dar outros nomes as coisas que considera não combinar com o nome original. Seu pai explica que se sairmos dando outros nomes para as coisas o mundo viraria uma loucura, mas a explicação não foi convincente o suficiente. A autora neste livro trata da persistência da curiosidade infantil, e também, o questionamento do que já está pré-estabelecido.
Outras dicas:
O Meu Pé de Laranja Lima (1968), de José Mauro de Vasconcelos
Reinações de Narizinho (1931), de Monteiro Lobato
Chapeuzinho Amarelo (1970), de Chico Buarque
Pluft, o Fantasminha (1955), de Maria Clara Machado
A Bruxinha Atrapalhada (1982), de Eva Furnari
O monstro das cores – Anna Llenas
O mistério do coelho pensante – Clarice Lispector
Ou isso ou aquilo – Cecília Meireles