A primeira reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco ocorreu na manhã do dia 29, de forma híbrida. Ao realizar a abertura, o presidente da Câmara, Romeu Schneider, lembrou alguns assuntos que devem ser acompanhados com atenção este ano, como a Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (10ª COP), de 20 a 25/11, e a terceira sessão da Reunião das Partes (MOP 3) do protocolo para Eliminar o Comércio Ilegal de Produtos do Tabaco, de 27 a 30/11, ambas no Panamá; a aprovação da classificação do tabaco no paiol na propriedade no Rio Grande do Sul e a movimentação nesse sentido que já está ocorrendo em Santa Catarina e deve iniciar, também, no Paraná; e a questão da fiscalização, em diversas culturas, do trabalho nas lavouras.
O consultor técnico da Câmara, Giuseppe Lobo, ao falar sobre a reunião da Comissão sobre a COP 10, realizada durante a Expoagro Afubra, informou que ficou definida a elaboração de um documento para a Câmara Setorial encaminhar ao Ministério da Agricultura, com dados socioeconômicos com a importância da cadeia para as famílias e municípios.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, apresentou números parciais referentes à safra 2022/2023. “A safra, até 25 de março, está 29% comercializada no Virgínia, 52,80% no Burley e 57,80% no Comum; uma média de 31,20% nos três Estados do Sul do Brasil”, revelou.
Já o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, ao lembrar que o Brasil é o maior exportador de tabaco há 30 anos, informou que a exportação, em 2022, atingiu 585 mil toneladas e US$ 2,452 bilhões. O tabaco, na exportação brasileira, participou com 0,73%; na exportação gaúcha, 9,65%; Santa Catarina, 1,78% e Região Sul, 4,23%.
O representante do Sindicato da Indústria do Tabaco do Estado da Bahia (SindiTabaco-BA), Fernando Teixeira, apresentou números e a preocupação com o mercado ilegal do charuto, que está em 67%. “No mercado do charuto o problema é a falsificação das marcas, tanto do charuto cubano quanto do nacional. Os efeitos do mercado ilegal sãos sentidos por todo o setor”, disse Teixeira, solicitando o retorno do Grupo de Trabalho que trata sobre o mercado ilegal. Ele ainda destacou a alta tributação, no Brasil, sobre o charuto, o que também é determinante para o aumento do consumo do charuto ilegal.
Schneider, sobre o assunto, lembrou que o mercado ilegal, tanto do cigarro quanto do charuto, por praticar valores de venda mais baixos, são atrativos para consumo, inclusive, de menores de idade. “A altíssima tributação do produto legal abre espaço para o ilegal; quanto maior a tributação, melhor para o contrabando”, finalizou o presidente da Câmara.
As próximas reuniões da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco ocorrem em 13 de julho e 31 de outubro.