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Unidos na oração

Dom Canísio Klaus*

Na semana de 12 a 19 de maio, os integrantes das várias igrejas cristãs do Brasil estão sendo motivados a se unirem em oração para, desta forma, fortalecer os laços de unidade que devem caracterizar os seguidores de Jesus Cristo. A inspiração vem do evangelho de João, onde Jesus se dirige ao Pai com o pedido de que guarde os discípulos em seu nome “para que eles sejam um como nós somos um” (Jo 17,11).
Os seguidores de Jesus Cristo, desde o começo, se deram conta da dificuldade em manter a unidade entre os cristãos. Se não tivesse havido diálogo entre Pedro e Paulo, entre a comunidade de Jerusalém e as comunidades constituídas a partir dos convertidos do paganismo, a unidade dos discípulos de Jesus Cristo teria sido rompida já no primeiro século da era cristã. O rompimento só não aconteceu porque houve diálogo e abertura à voz do Espírito Santo. É o que demonstra a carta enviada pela comunidade de Jerusalém aos irmãos de origem pagã, quando se afirma: “O Espírito Santo e nós mesmos decidimos” (At 15,23-29).
Hoje, são inúmeras as igrejas que professam a fé em Jesus Cristo que morreu e ressuscitou, e que, por isso, são igrejas cristãs. No Brasil, algumas delas se aglutinam no Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC – e assumem anualmente a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos que é promovida pelo Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas Cristãs. No subsídio elaborado para 2013, os organizadores escrevem: “estimulamos a todos os cristãos a expressar o grau de comunhão que as Igrejas já atingiram e a orar juntos por uma unidade cada vez mais plena, que é desejo do próprio Cristo”.
O tema que orienta a oração é extraído do livro do profeta Miquéias, e responde à angústia dos justos sobre a forma de se apresentarem diante do Senhor. Deus não quer o sangue de bezerros ou de cordeiros, e muito menos, o sangue de pessoas inocentes: “Foi-te dado a conhecer, ó homem, o que é bom, o que o Senhor exige de ti: nada mais que o direito, amar a fidelidade, e aplicar-te a caminhar com teu Deus’ (Mq 6,6-8). Em meio a uma sociedade onde existem muitas pessoas marginalizadas, “a fé ganha ou perde seu sentido na medida de sua relação com a justiça”.
Aproveitemos estes dias de graça que antecedem a festa de Pentecostes e busquemos as nossas comunidades para nos unir em oração e confraternização com as irmãs e os irmãos que professam a fé cristã. “Que o encontro de uns com os outros seja um sinal de unidade no Espírito Santo, bem como sinal da vinda do Reino de Deus”.
 
*Bispo Diocesano