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Os jovens vão para a escola

Dom Canísio Klaus*

A partir do início de março, todas as instituições de ensino da região, inclusive as de nível superior, estão recebendo seus alunos e iniciando as atividades de mais um ano letivo. São milhares os estudantes que freqüentam as salas de aula com o intuito de se prepararem para adquirirem a sua autonomia e se tornarem profissionais qualificados numa sociedade que se apresenta cada vez mais competitiva.
Conforme afirmação do Texto Base da Campanha da Fraternidade de 2013, “a escola e a universidade são fundamentalmente o lugar de conhecimento e de projeção de um mundo solidário” (n° 324). Por isso, além de transmitir conhecimentos, devem ser espaço de cultivo da solidariedade. “A escola e a universidade não podem se privar de sua missão de formar as pessoas de modo integral, proporcionando-lhes uma percepção do processo histórico para atuarem nele de modo solidário” (327).
Mais do que receber informações, os jovens “passaram a ser coagentes da própria educação e não meros espectadores”. “Para eles, o saber é construído de maneira colaborativa, interativa e prática” e “os professores passaram a ser participantes do processo”, uma vez que “o conhecimento das novas mídias pode levar os jovens a ensinar, tornando mais interativa a relação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem” (n° 47).
Em anos passados, a Igreja era proprietária de muitos colégios e escolas, tanto nas cidades como no interior. Atualmente, são poucos os colégios dirigidos por religiosos ou que estão na mão de instituições eclesiais. Isto não significa que a Igreja não mais esteja preocupada com a educação ou que não mais queira participar desta tarefa. A sua participação, hoje, se dá através dos professores que atuam como cristãos e testemunham a sua fé junto aos alunos. Se dá também através da formação de grupos de jovens e da organização de atividades paralelas às aulas, tais como catequese, retiros espirituais e dias de formação. Se dá ainda através da inserção nas novas mídias, valendo-se das redes sociais para transmitir textos e mensagens que promovem o cultivo de valores. A própria Cam panha da Fraternidade deste ano tem um subsídio próprio para ser trabalhado com adolescentes e jovens nas escolas.
Que o ano letivo de 2013, quando a Igreja no Brasil em sua totalidade está refletindo sobre a realidade dos jovens, tentando entender os seus sonhos e anseios, possa ser um ano favorável para a inclusão dos jovens na sociedade, sensibilizando-os “para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da construção da civilização do Amor e do bem comum”. Que este ano seja favorável para a crescente integração entre os saberes de crianças, jovens e adultos. E que, ao final de tudo, muitos jovens possam dizer com o profeta Isaías: “Eis me aqui, envia-me” (6,8).

*Bispo Diocesano