Luana Ferraz Cardoso – [email protected]
As histórias em quadrinhos, mais conhecidas como HQs, foram criadas no fim do século 19. Quando o autor e ilustrador Richard Outcald criou uma narrativa baseada em situações que ocorriam no cotidiano das pessoas na cidade de Nova Iorque. Por meio da narrativa e uma linguagem simples, trazia denúncias acerca das questões sociais presentes na época.
Com o tempo foram sendo criados diversos personagens e histórias. Com base em um acontecimento ou um conto, se pode transformar tudo isso em HQs. Por meio desses, fazer uma crítica referente a algo ou alguém. Nos jornais, há um espaço em que os artistas publicam suas tirinhas, elas costumam servir de entretenimento. Os artistas costumam fazer as histórias com base em assuntos políticos, econômicos, sociais ou ambientais.
No final da década de 1930, surgiram as primeiras histórias de aventuras, e o primeiro super herói Superman. Após a Segunda Guerra Mundial, o surgimento de outros personagens foi tendo aumento, como Capitão América, Mulher Maravilha e Batman, todos transformados em símbolos do nacionalismo norte-americano. Na atualidade temos grandes exemplos, como Turma da Mônica, Menino Maluquinho e Tex. Mesmo tendo sido criados há muitos anos atrás, os mesmos ainda fazem muito sucesso e a busca por colecionadores é incessante.
Charges e Cartuns são dois tipos de HQs, sendo as demonstrações mais comuns dessa linguagem, além da tirinha e do mangá. A junção do humor, juntamente com as coisas que acontecem atualmente, faz com que os mesmos não percam seus admiradores, mas pelo contrário, são milhares de pessoas que criam e que apreciam essa arte. As histórias são feitas dentro de quadrinhos, e juntamente com os desenhos, as falas dos personagens são postas em diversos balões. Cada balão representa um sentimento, uma emoção diferente.
Em entrevista ao Riovale Jornal, Bruno Seidel Neto, conta um pouco sobre sua ligação com as histórias em quadrinhos. “Quando eu tinha meus 6 anos, já demonstrava bastante facilidade para ler e escrever. Então, começar a desenhar foi um processo natural, principalmente pelo fato de ser filho, sobrinho e neto de professoras, que sempre incentivaram essa prática. Eu adorava criar meus próprios personagens e, sempre que pintava uma ideia, bastava ter um lápis (ou uma caneta) e uma folha de papel em branco para rabiscar alguma coisa. Gibis da Turma da Mônica (principalmente) faziam parte da rotina e foram, sem dúvida, uma grande influência. Eu também gostava de bolar meus próprios personagens e criar histórias para eles. Passava tardes sentado em uma mesa rabiscando e criando historinhas. Era divertido demais!”
Atualmente com os meios digitais e os avanços tecnológicos, se tornou ainda mais fácil para a criação e publicação de HQs. Por meio do computador, tablet ou as máquinas que são feitas especialmente para desenhistas, é possível transformar cada ideia ou pensamento, em uma grande história ou desenho. “O meio digital ajuda muito! Gosto de ilustrar no papel mesmo, com lápis e caneta. Nesse ponto, ainda sou “das antigas”. Mas depois acabo digitalizando tudo e dando aquela mexida no Photoshop, para dar um acabamento. Hoje em dia eu considero praticamente impossível produzir uma HQ sem a ajuda de softwares de editoração”.
Bruno conta sua experiência com relação às HQs. “A base para criação de personagens é, sem dúvida, a influência que você recebe daquilo que está acompanhando no momento. Eu, por exemplo, gosto muito de super-heróis japoneses. E não falo nem de quadrinhos. Quem bate o olho e sabe do que estou falando logo reconhece a fonte de inspiração. E isso serve para todo tipo de autor. De qualquer tipo de conteúdo. Claro que, quanto mais fontes de inspiração você tem, mais rico tende a ser aquilo que você cria. Eu cheguei a fazer um curso básico de criação de Histórias em Quadrinhos em 2010, quando estava começando a levar mais a sério esse negócio de desenhar e publicar. Na época, eu já tinha uma experiência como quadrinista e até já tinha publicado alguns gibis, a trabalho. Mas é claro que fazer um bom curso e aprender mais sempre ajuda muito. É muito bacana descobrir técnicas de narrativas, criação de personagens e roteirização de uma boa arte sequencial. Atualmente, ando bem parado. Faz tempo que não crio nem publico nada autoral. Acho que o meu último projeto foi o lançamento da série de livrinhos do Lino, o Anjinho Travesso (2019). Também já lancei um livrinho de tirinhas, o Ressuscitados (2015) e uma série de super-heróis, os Blast Rangers”.