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Santa Cruz tem alto índice de infestação por Aedes aegypti

Pesquisa foi realizada pelo Levantamento de Índice Rápido (LIRAa) com coleta de 350 amostras

Foto: Ana Souza
Trabalho incluiu bairros da cidade e localidades do interior, divididos em seis estratos

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) de Santa Cruz do Sul, divulgou nesta segunda-feira, 30, o resultado do Levantamento de Índice Rápido (LIRAa), realizado no período de 16 a 23 de janeiro. A pesquisa que avalia o índice de infestação por Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e febre chikungunya, revelou que o município encontra-se com alto índice de infestação. Participaram do trabalho 23 agentes de combate a endemias.


No levantamento atual, a Vigilância Epidemiológica vistoriou uma amostra de 2.596 imóveis, de um total de 53.315 considerados, e coletou 350 amostras, que resultaram em 160 positivas para o Aedes Aegypti. Foram encontrados focos em 135 imóveis, sendo apenas sete focos em terrenos baldios. O trabalho incluiu bairros da cidade e localidades do interior, divididos em seis estratos. Neste último levantamento foi acrescentada a zona urbana do distrito de Alto Paredão.


O resultado do Liraa mostrou que todos os seis estratos apresentaram focos positivos para o Aedes e apenas um está em situação de médio risco, todos os demais estão em alto risco. Dentre os bairros com maior número de focos estão Ana Nery, Senai, Santa Vitória, Santo Inácio, Esmeralda, Bom Jesus e Higienópolis. Muito embora o estrato seis esteja em médio risco de infestação, dos 10 focos ali encontrados, seis foram em Linha Santa Cruz, situação que coloca o bairro na condição de alto risco.


Segundo a chefe de Combate a Endemias da Sesa, Juliana Hofmeister, apesar da escassez de chuvas, a temperatura elevada influencia a reprodução do Aedes aegypti, por isso é preciso redobrar os cuidados. “Estamos em alto risco e possivelmente com mais chuvas seriam encontrados mais criadouros. Vale ressaltar que os ovos do Aedes são colocados em local seco, como nas paredes de recipientes, podendo sobreviver por 450 dias no ambiente”, alertou.


Os campões de focos do mosquito, conforme Juliana revela a partir do resultado da pesquisa, são ralos, potes e baldes esquecidos nos pátios e ainda as caixas d’água. Ela reitera a necessidade de os moradores revisarem seus pátios após a mínima chuva porque o mosquito não precisa de muita água para se reproduzir. “As medidas para combater o Aedes são simples, mas têm grande eficácia. Tapar as caixas d’água, nivelar ou colocar telas nos ralos, manter os pátios limpos, lavar bem os potes de água para os animais de estimação e colocar terras nos vasos de plantas são todas de amplo conhecimento da população. É muito importante lembrar que cinco por cento do combate é feito pela prefeitura, mas 95 por cento é pela ação da comunidade”, frisou.


Uma situação que vem se repetindo e segue chamando a atenção dos agentes que efetuam as coletas é o fato de amostras positivas de Aedes serem encontradas em potes de água para cachorro, em cochos e em fontes para gatos. “A população está apenas repondo a água, mas deve também passar uma esponja ou escova nos recipientes”, orientou. Também foram encontradas larvas em uma garrafa térmica e em uma carcaça de TV.


A secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke, alerta os moradores para a necessidade de cuidados ainda mais intensos a partir de agora. “Estamos tendo um crescimento muito alto nos focos e precisamos do empenho de toda comunidade para que não se repita o que ocorreu em 2021, quando tivemos cinco óbitos por dengue. A população de Santa Cruz sempre foi colaborativa e desta vez não será diferente”, afirmou.


Apesar da proliferação de focos do mosquito, a secretária chama a atenção para o fato de que até agora não há registros de internações e nem de casos positivos de dengue em Santa Cruz do Sul. “A gestão não mede esforços para seguir o trabalho que vem sendo realizado e mesmo estando com o índice de infestação alto, mantemos os índices de casos positivos e de internações zerados neste 2023”.

Pesquisa anterior

No levantamento anterior, realizado entre os dias 3 e 10 de novembro de 2022, foram detectados 35 focos positivos em um universo de 2.595 imóveis vistoriados. O resultado revelou que o município encontrava-se em médio risco de infestação.