Dom Canísio Klaus*
Os meses de janeiro e fevereiro marcam despedidas de padres e tomadas de posse em outras paróquias ou funções. Tudo isso para garantir o melhor atendimento do povo em vista do anúncio do Reino de Deus.
Para os padres que são convidados a assumirem novas funções sempre é doloroso se despedir do povo com quem criaram laços. Também é doloroso deixar trabalhos iniciados e que não puderam ser concluídos por falta de tempo.
Para o povo que se despede do padre que marcou a vida das comunidades é normal aparecer o sentimento de insegurança quanto ao futuro, além de representar o afastamento de uma pessoa que foi amiga das famílias e lideranças.
Há padres que deixam suas funções por causa da idade avançada ou para poderem melhor e mais intensamente cuidar da sua saúde. A Diocese de Santa Cruz do Sul sempre procurou e procura atender e acolher os pedidos e as necessidades dos padres nestas situações peculiares. Outros padres deixam suas funções para poderem aprofundar e intensificar seus estudos e assim servir melhor a Igreja. Temos, hoje, dois padres que estão estudando na Europa e um que estará indo para Roma na metade do ano.
Há também aqueles que deixam suas funções para poderem trabalhar em outras regiões do Brasil, atendendo, desta forma, um anseio pessoal ou um convite missionário da Igreja. É o caso de dois dos padres que estavam servindo a Igreja Diocesana nos últimos anos e que estão voltando para suas regiões de origem.
Finalmente há aqueles que, mesmo estando felizes nas funções que estão desempenhando, acolhem o pedido da Igreja expresso pelo bispo para trocarem de paróquia ou assumirem alguma função de coordenação a nível diocesano. Fazem isso pelo seu desejo de servir a Igreja, sabendo que são necessários alguns sacrifícios para que o Reino de Deus possa acontecer. Por isso também é importante que as lideranças das comunidades se revistam dos mesmos sentimentos, incentivando o padre que deixa a paróquia e apoiando o novo padre que chega.
Para o bispo, não é fácil tirar um padre que está desenvolvendo bons trabalhos num lugar para colocá-lo em outro lugar. De outro lado, o bispo sempre deve prestar atenção ao todo da Diocese. Por isso, as trocas normalmente são motivadas pelos carismas pessoais de cada padre, que devem estar a serviço do bem comum, conforme escutávamos na segunda leitura do domingo passado (1 Cor 12,4-11). Nenhum padre tem todos os carismas, assim como não existe padre que não tenha os seus carismas. E, em alguns momentos, estes carismas podem ser necessários em lugares diferentes daqueles onde o padre estava até o presente momento. Por isso, se impõe a necessidade da troca.
Sempre que a agenda me abre esta possibilidade, faço questão de presidir as celebrações de posse dos padres em suas novas funções. Quando isto não é possível, delego um representante diocesano para que, em meu nome, presida a celebração. As comunidades são convidadas a acolherem os novos servidores, colaborando com eles para que possam bem desempenhar suas funções e para que a vida das comunidades siga dentro da sua normalidade.
Agradeço aos padres lideranças e ao povo diocesano que nestas transferências e posses demonstram uma visão de compreensão e maturidade de igreja que caminha e se renova.
São Paulo Apóstolo, cuja conversão celebramos dia 25 de janeiro, inspire os padres a bem desempenharem suas funções e motive as comunidades a acolherem com alegria os padres que estão sendo enviados como párocos e vigários paroquiais.
*Bispo Diocesano