Cuidados devem ser redobrados com banhos no mar e rios

Ana Souza
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O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBM/RS) já está com inúmeras ações relativas à Operação Verão 2022/2023. É muito bom se refrescar nos mares e rios mas, acima de tudo, o cuidado com as crianças e, que os adultos também devem tomar, é essencial, assim como diz o lema dos Salva-Vidas “Água no Umbigo Sinal de Perigo”, todo cuidado é pouco. Não se deve abusar da profundidade da água e das ondas do mar, com a devida segurança pode se evitar afogamentos.

Para falar sobre as dicas de cuidados o Riovale Jornal conversou com o capitão Thalys Rian Stobbe, comandante da 2ª Companhia do 6º Batalhão de Bombeiro Militar e Chefe da Seção de Operações e Defesa Civil do 6º Batalhão de Bombeiro Militar (BBM), localizado em Santa Cruz do Sul. “A Operação Verão é a maior do CBM/RS. Acontece entre 17 de dezembro até o final de março. Nos vales, temos balneários abrigados por guarda-vidas em Rio Pardo (Balneários de Santa Vitória, Porto Ferreira e Ingazeiros), Cachoeira do Sul (Praia Nova) e Vale Verde (Balneário Monte Alegre)”, explicou.

Conforme capitão Stobbe, a operação visa aumentar a segurança das pessoas que frequentam esses balneários. “E funciona muito bem. A prova disso é que não tivemos nenhum afogamento nas áreas abrigadas pelos guarda-vidas da operação Verão até o momento. Na nossa área, começou dia 23 de dezembro em Rio Pardo, e aos poucos fomos aumentando os balneários abrigados até chegar nos 5 balneários que temos hoje”.

Durante o ano de 2022 foram registradas 31 ocorrências de afogamento no Estado, sendo 28 em águas internas, ou seja, rios, represas e lagos e, três no mar. “Não houve nenhuma ocorrência de afogamento em locais abrigados por guarda-vidas. Aqui nos Vales, também não tivemos nenhum afogamento em áreas abrigadas por guarda-vidas. Nos vales do Rio Pardo e Taquari, tivemos uma triste estatística, sendo 55 ocorrências de afogamentos somente no ano de 2022, todos em áreas desabrigadas.”

O capitão enfatiza os equipamentos que podem ser utilizados pelas crianças. “Elas devem utilizar boias feitas para a segurança, como coletes, boias de braço, etc. Os responsáveis pela segurança delas não podem imaginar que elas estão seguras por estarem com essas boias, a vigilância deve ser constante. Eu acredito que todos devem ter em mente que não são super-heróis. O afogamento começa no exato momento em que a pessoa acha que não irá se afogar. Temos que ter em mente ainda que a imensa maioria das mortes ocorrem em rios e com pessoas jovens! Portanto, cuide-se! Pense em tudo o que você ainda tem para viver e não se esqueça dos riscos, lembre-se que muitos jovens morrem afogados, e quase todos eles se diziam bons nadadores. Por fim, não só como bombeiro militar mas também como pai, faço um apelo para que as pessoas cuidem das crianças! Quem tem piscina em casa, deve redobrar a atenção, quem leva o filho para tomar um banho de rio, também deve! Poucos segundos de desatenção no celular, fazendo um chimarrão, ou até mesmo conversando com um amigo são o bastante para se lamentar pelo resto da vida!”, frisou.

No RS ocorrências relativas a 2022 aumentaram

Iniciada em 17 de dezembro de 2022, já foram divulgados pela Corporação o balanço dos primeiros 30 dias da Operação Verão 2022/2023, com dados divulgados no dia 17 de janeiro. O primeiro período englobou as festas de final de ano, motivo de atenção do Comando Estadual da maior operação da Corporação. No período foram contabilizados 384 resgates e salvamentos em toda a temporada, ou seja, um aumento de 53% em comparação com a última operação, mesmo realizando 102.505 atividades preventivas, o chamado silvo de apito.

O número de pessoas encontradas também teve aumento, já foram localizadas 597 pessoas, em sua grande maioria crianças, um aumento de mais de 60%. O dado é creditado ao uso excessivo do celular na beira da praia por parte dos pais e responsáveis, que se distraem e perdem seus pequenos de vista. As ocorrências com águas-vivas também se destacam nos números. O crescimento de 20% nos casos de queimaduras com os conhecidos animais marinhos é atribuído ao mar mais limpo e quente – já foram 15.069 atendimentos na beira da praia.

O número de maior preocupação para o CBMRS é o de óbitos fora de área balizada para banho na temporada 22/23. Até o momento, são 31 mortes no Estado, todas em áreas não delimitadas para banho, sendo 28 em águas internas e três no litoral. Nas áreas balizadas, ou seja, com a presença de guarda-vidas na prevenção, não houve óbitos. Por isso, fica o sinal de alerta para a população: procure sempre um local com a presença do guarda-vidas. (Com informações ACSP/CBMRS).

Fique atento aos cuidados necessários

• Nos rios, lagos e barragens:

• Não entre em rios de corredeira ou em dia de chuva;
• Entre na água até o máximo da altura dos joelhos;
• Procure banhar-se em balneários que possuam o serviço de guarda-vidas;
• Utilize sempre o colete salva vidas, pois colchões infláveis, câmaras de pneu, boias, não tem segurança, podendo furar ou até mesmo a pessoa cair de cima e não conseguir voltar;
• Jamais entre na água de cabeça (ponta, biquinho…)
• Caso você caia em um buraco ou seja arrastado pela correnteza, tente manter a calma e acenar por socorro, nunca nade contra a correnteza;
• Caso visualize alguém em situação de afogamento não entre na água, forneça algum objeto flutuante e chame socorro imediatamente (ligando 193).
  
• No banho de mar:
• Banhar-se apenas em áreas abrigadas por guarda-vidas.
• Entrar no mar nas áreas demarcadas pelas bandeiras bicolor de banho (amarela/vermelha), pois elas são delimitadas pelo guarda vidas ao assumir o serviço, visando a segurança dos banhista conforme o risco de banhar-se naquela área.
• Prestar atenção nas cores das bandeiras da guarita (verde, amarela e vermelha), risco igual semáforo.
• Prestar atenção se na faixa de areia tem alguma bandeira preta, pois ela indica uma área de grande risco, como buracos e correntes de retorno (repuxo)
• Verificar se na guarita não está com a bandeira roxa, que simboliza presença de águas vivas. Se for queimado por água viva, procure uma guarita – fornecerão vinagre para passar no local.
• Nunca tirar os olhos das crianças
• Ensinar as crianças com pranchas, e não soltá-las caso caia em algum buraco ou corrente de retorno no mar.
  
• Nas piscinas:
• Às crianças:
• Ensine flutuação e brincadeiras na água a partir dos 6 meses e natação a partir de 2 anos, mas não deixe seu filho sozinho na piscina ainda que ele saiba nadar.
• Caso precise afastar-se da piscina ou banheira para atender um telefone ou campainha ou mesmo pegar uma toalha ou sabonete, leve sempre seu filho consigo.
• Incentive o uso de coletes salva-vidas para crianças menores e pessoas sem conhecimento de natação e não permita o uso de bóias de braço, pranchas, pneus, e bolas, elas transmitem falsa impressão de segurança.
• Evite brinquedos próximos à piscina, isto atrai muito as crianças e aumenta o risco.
• Aos adultos:
• Não permita mergulhos de cabeça em locais raso,
• Não permita competições de prender a respiração embaixo da água,
• Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados antes do banho de piscina,
• Saia imediatamente da piscina se houver relâmpagos.
• Lembre-se de contratar um guarda-vidas se você for fazer uma festa com piscina em sua casa.