No dia 1º de janeiro, junto com os votos de Feliz Ano Novo, a Igreja promove o Dia Mundial da Paz. Manifesta, assim, o seu desejo de que o ano que está iniciando, além de ser marcado por ações em favor da paz, também seja um ano de paz. Pela importância da data, o Papa costuma escrever uma mensagem destinada às lideranças e ao povo. A mensagem deste ano tem por título: “Bem aventurados os obreiros da paz”. Em outras palavras, “Felizes os que promovem a Paz”. A inspiração vem das palavras de Jesus: “Bem aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
A mensagem começa com a afirmação de que “cada ano traz consigo a expectativa de um mundo melhor. Nesta perspectiva, peço a Deus, Pai da humanidade, que nos conceda a concórdia e a paz a fim de que possam tornar-se realidade as aspirações de uma vida feliz e próspera”. “O desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, o dever/direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é um dom de Deus”.
A paz envolve o ser humano na sua totalidade: “é paz com Deus, vivendo conforme a sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação”. Ela implica “a construção de uma convivência humana baseada na verdade, na liberdade, no amor e na justiça”. A paz “depende, sobretudo, do reconhecimento de que somos, em Deus, uma única família humana”. “A partir deste ensinamento, pode-se deduzir que cada pessoa e cada comunidade – religiosa, civil, educativa e cultural – é chamada a trabalhar pela paz, que passa pela implementação do bem comum”.
O caminho para a paz passa pelo respeito à vida humana, a começar da concepção, passando pelo seu desenvolvimento até o fim natural. “A vida em plenitude é o ápice da paz”. Por isso, “quem deseja a paz não pode tolerar atentados contra a vida”.
Entre os diversos obreiros da paz, o papa cita, em primeiro lugar, a família, um dos sujeitos sociais indispensáveis para a realização de uma cultura da paz. É aí que “nascem e crescem os obreiros da paz, os futuros promotores duma cultura da vida e do amor”. Ao lado da família estão as comunidades cristãs, as escolas, as universidades. “Delas se requer uma notável contribuição não só para a formação de novas gerações de líderes, mas também para a renovação das instituições públicas nacionais e internacionais”.
No final da mensagem, o Papa diz que “há necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz”. “Pensamentos, palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz, uma atmosfera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso é necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz”. “Incentivo fundamental será dizer não à vingança, reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas e, finalmente, perdoar”.
Que as comemorações do Ano Novo, que logo mais estaremos realizando, nos motivem a dedicar nossa vida à construção de um mundo de paz e fraternidade.
Maria, a Mãe de Deus, cuja festa celebramos em 1º de janeiro, nos ilumine nesta missão. E que todos tenham um abençoado e feliz ano de 2013.
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano