Pr. Jair Hein
Pessoas não mudam. Essa é a tese de Bronson, em seu livro “O que devo fazer da minha vida?” (Editora Nova Fronteira). Depois de mais de 900 entrevistas, Bronson conta a história de 40 pessoas e chega à conclusão de que as pessoas falam em mudar, mas na verdade, mudam apenas quando não têm alternativa.
Essa é uma visão otimista, pois a IBM, em sua Conferência de Inovação Global realizada em 2004, buscou soluções científicas e tecnológicas para grandes problemas atuais. No topo da agenda estava a questão da saúde, que custa aos Estados Unidos 1,8 trilhão de dólares ao ano (quase três vezes o PIB do Brasil). O custo tão caro aos americanos é revelado por uma pesquisa: diante da alternativa de mudar ou morrer, apenas 1 entre cada 10 pessoas realmente promove alterações em sua maneira de pensar e modifica seus hábitos e estilo de vida.
Jeremias 13:23, profeta hebreu, tinha essa mesma sensação a respeito dos processos de transformação pessoal. Deve ter pronunciado com pesar a afirmação de Deus: “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês, que estão acostumados a fazer o mal”.
Pessoas mudam, sim. Jacó mudou quando lutou com Deus. Mas teve que lutar muito antes de mudar. Lutou não porque Deus não quisesse transformá-lo, mas certamente porque ele, Jacó, se recusava a se deixar transformar. Geralmente é assim. Mudar implica admitir erros e pecados; abandonar hábitos arraigados; romper relacionamentos duradouros; renunciar confortos convenientes; abrir mão de convicções antigas; aprender coisas novas, reeducar o corpo, a mente, as emoções; re-significar memórias; e, principalmente, outorgar perdão. Mudar implica abandonar a ilusão e encarar a verdade. E a verdade geralmente dói. A verdade a nosso respeito, a respeito das pessoas que amamos e das pessoas que acreditamos que nos amam. Talvez por isso as pessoas mudem pouco, sejam poucas as pessoas que mudam, e as mudanças demorem a se solidificar.
Pessoas mudam, sim. Mudam porque não há pecado ou culpa que Deus não possa perdoar. Mudam porque não há lugar tão distante ou abismo tão profundo que o amor de Deus não possa alcançar. Mudam porque Deus é especialista em transformações. É aquele que faz novas todas as coisas. E sua graça é irresistível.
A Bíblia Diz: “Quem está em Cristo nova Criatura é, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17).
(Texto adaptado de René Kivitz)
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