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Espiritismo XXIII

Odilon S. Blank*

Os selvagens são almas já desenvolvidas, pois nutrem paixões; não são perfeitas, mas já conscientes do eu.
O Espírito, em seu conjunto, inicia-se no estado de embrião e passa para o de infância e daí, percorrendo sucessivos períodos passa ao de adulto, que é o da perfeição. Para o Espírito não há declínio nem decrepitude como na vida corporal; sua vida, que teve começo, não terá fim. Seu progresso não se realiza num só mundo mas deverá viver em mundos diversos.
A vida do Espírito, pois, se compões de uma série de exigências corpóreas e em cada uma tem ocasião de progredir, dependendo isto de sua vontade. Quanto mais aproveitar as oportunidades para evoluir e crescer moral e intelectualmente, menos reencarnações precisará e menos sofrerá a prisão da vida material.
O Espírito, por mais que evolua na Terra, não tornar-se à puro, pois há qualidades que lhe são desconhecidas e incompreensíveis. Cumpre-lhes progredir em ciência e em moral e além da Terra, existem conhecimentos dos quais ainda nem suspeita o homem.
O Espírito jamais retrograda, mas na vida corporal podem descer; assim, um potentado pode vir a ser um humilde obreiro e vice versa. Herodes era rei e Jesus foi carpinteiro, o que demonstra que entre os homens as categorias estão na razão inversa das qualidades morais.
Os Espíritos só podem aperfeiçoar-se por meio das reencarnações, pois a vida corpórea é uma espécie de cadinho depurador. Fazendo o bem e evitando o mal, por muitas encarnações sucessivas, em que viverão nas mais diferentes situações, poderão atingir sua finalidade última, que é libertarem-se da obrigação das reencarnações e viverem somente a vida espiritual. O Espírito é tudo; o corpo é simples veste que se deteriora com o tempo e apodrece.
(continua)

*Aposentado