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Apaixonados pela Juventude

Dom Canísio Klaus*
 
Na terça-feira, dia 12 de junho, comemoramos o Dia dos Namorados. É um dia em que pessoas de todas as idades renovarão seus compromissos de amor. Um dia em que antigos namoros serão retomados e novos serão firmados.
Para nós, Igreja Católica, o Dia dos Namorados se transforma em oportunidade propícia para reafirmar nosso compromisso com os jovens, dizendo-lhes que a Igreja os ama, acredita neles e quer contar com sua eterna companhia.
O Dia dos Namorados também se transforma em oportunidade para convidar as lideranças das comunidades a resgatarem a paixão para com a juventude. Que olhem para ela com o mesmo olhar com que dois jovens enamorados se encaram, ou seja, prestando atenção na beleza e não nos defeitos do “seu amor”. É o que fizeram os bispos na Conferência de Aparecida, quando disseram que “os jovens não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido (…) Tem capacidade para se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes e sensíveis para descobrir o chamado particular que o Senhor Jesus lhes faz” (DA, nº 443).
Quando um casal passa a se ater mais aos defeitos do parceiro do que em suas virtudes, é porque a paixão deixou de existir. A mesma coisa vale para as lideranças da Igreja: no momento em que começam a prestar mais atenção nos defeitos da juventude do que em suas qualidades, o compromisso enfraquece e a separação se torna iminente.
Tal qual aconteceu no passado, a juventude de hoje é cheia de ideais e muito dinâmica. Diferente de décadas anteriores, ela é muito conectada. Suas amizades ultrapassam as fronteiras dos olhos e das mãos para abraçar jovens que estão em outros continentes e que vivem em outras culturas.  É aí que ganha importância a Jornada Mundial da Juventude que está sendo preparada no Rio de Janeiro para 2013, onde jovens do mundo inteiro terão a oportunidade de se encontrar e firmar laços. Cabe às comunidades apoiar os jovens para que possam participar deste momento impar de renovação da fé e partilha de esperança.
A preocupação com a juventude não é novidade para a Igreja. Basta recordar os belos trabalhos realizados pela Ação Católica, sendo que aqui na nossa região temos muitas pessoas que participaram da Juventude Agrária Católica – JAC. Outras tantas, a partir de meados da década de 1970, estiveram envolvidas nos grupos de jovens das paróquias ou engajadas em movimentos eclesiais. Agora, em meio às grandes mudanças que estão se operando, precisamos buscar novos jeitos de conquistar a juventude, reafirmando a nossa paixão para com ela. Oxalá, Santo Antonio, padroeiro dos namorados, nos inspire alguma ação mais concreta nesta linha.
 
*Bispo Diocesano