Início Religião Cinquenta anos do Concílio Vaticano II

Cinquenta anos do Concílio Vaticano II

Dom Canísio Klaus*

Durante a quinquagésima Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, realizada nos dias 18 a 26 de abril, publicamos uma nota sobre o 50° aniversário do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujas comemorações serão abertas pelo Papa Bento XVI no dia 11 de outubro, quando também serão abertas as portas do Ano da Fé. Na nota que publicamos, afirmamos que os frutos das celebrações do cinqüentenário do Concílio serão mais duradouros “se forem orientadas pelas grandes indicações do Ano da Fé: a busca de uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo, e a convicção de que “o amor de Cristo nos impele” a uma nova evangelização”. Unidos ao Papa, acreditamos que o Ano da Fé nos levará a “descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada”.
As comemorações dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II “são motivo de grande alegria para a Igreja e convite para voltarmos nosso olhar para o imenso dom deste Concílio, no qual participaram os Bispos do mundo inteiro, convocados e presididos pelo Sucessor de Pedro. Mas são também ocasião para uma avaliação a respeito da aplicação das decisões conciliares e do caminho que resta ainda a ser percorrido nessa direção”.
Com o Beato João Paulo II reconhecemos que no Concílio “encontra-se uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”. E com Bento XVI entendemos que “se o lermos e recebermos, guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a necessária renovação da Igreja” (Porta Fidei, 5).
Para nós, Diocese de Santa Cruz do Sul, que estamos preparando a 11ª Assembléia Diocesana de Evangelização, os documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II poderão servir de luz e de “bússola”. Poderão nos ajudar a compreender a “Igreja como povo de Deus, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo”. Incentivar “na abertura aos desafios do mundo atual, partilhando suas alegrias, tristezas e esperanças”. Subsidiar “na renovação da liturgia e no conhecimento e acolhida da Palavra de Deus”. Impulsionar ao “dinamismo missionário e ministerial das comunidades e no diálogo ecumênico e inter-religioso”.
Em sintonia com Bento XVI e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, convido as lideranças e comunidades da Diocese de Santa Cruz do Sul a abraçarem o Ano da Fé e relerem os documentos deste importante Concílio que marcou decisivamente a caminhada da Igreja nos últimos 50 anos. As programações e comemorações dos próximos anos deverão ser realizadas à luz destes documentos. E, para que isso aconteça, invocamos a intercessão daquela que é a “Mãe do Filho de Deus e, por isso, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo”, Maria Santíssima.

*Bispo Diocesano