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Dos parreirais ao império Valduga

Painel trouxe as experiências e uma aula de empreendedorismo de um dos pioneiros do enoturismo na Serra Gaúcha

Rodrigo Assmann
Tradicional evento da ACI reuniu associados para um bate-papo
com presidente do grupo Famiglia Valduga, Juarez Valduga

Luísa Ziemann
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Das histórias vivenciadas entre os parreirais de uvas até a inspiração para a criação de um império chamado Casa Valduga. O almoço de ontem para todos que estiveram presentes em mais uma edição do Tá na Hora, da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul, foi uma aula de empreendedorismo, inovação e persistência. O palestrante foi o presidente do grupo Famiglia Valduga, Juarez Valduga.


O encontro reuniu associados e demais representantes da indústria e comércio no restaurante do Hotel Águas Claras para um bate-papo sobre a trajetória do empresário gaúcho, responsável pela construção de um dos grupos mais renomados do setor vitivinícola brasileiro. O painel “Famiglia Valduga: Oportunidades, Inspiração, Experiências e Empreendedorismo” foi mediado pela diretora de Turismo da ACI, Luciana Tremea.


A história da empresa Famiglia Valduga começou há mais de 140 anos com a chegada do primeiro imigrante da Valduga ao Brasil, que deu início ao cultivo dos parreirais no coração do que hoje é o Vale dos Vinhedos. Com apenas 23 anos, Juarez passou a integrar a equipe da Casa Valduga, dando início a várias mudanças junto com seus irmãos. Desde os anos 1970, ele assumiu a administração da vinícola e, em 1978, se tornou presidente do grupo, que hoje é reconhecido mundialmente.


Um dos pioneiros do enoturismo na Serra Gaúcha, em 1995, o empresário reuniu os produtores da região e fundou a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale). “Minha inspiração sempre veio da ideia de que eu tinha que fazer a minha parte. No primeiro trajeto que fiz a pé da vinícola até a cidade de Bento Gonçalves, eu encontrei uma única rosa e ela tinha espinhos. Mas o que eu sabia? Que eu tinha que transformar todo aquele trajeto em rosas. Meu caminho sempre foi de pó e pedra, eu mesmo o calcei”, descreveu.


De acordo com o empresário, o legado de um dos grupos mais renomados do setor vitivinícola brasileiro, composto atualmente por seis grandes empresas, é fruto de muito trabalho. “Eu tenho um lema de vida que me faz crescer: sou persistente, insistente e nunca desistente”, revelou. “Claro que muitas ideias levam 40 anos para sair do papel e dar frutos. Mas eu acredito que é isso que dá certo. Além de juntar a minha força com os demais. Eu não sou sozinho. Uma andorinha sozinha não faria o Vale dos Vinhedos ser o que é hoje. Mas como juntei minha força com os demais e criamos outras vinícolas, hoje somos o que somos.”


Atualmente, as empresas pertencentes ao grupo são: Casa Valduga, vinícola que está entre as maiores e mais premiadas elaboradoras de espumante e vinhos do País; Domno, importadora de vinhos finos; Casa Madeira, produtora de sucos, geleias, antepastos, molhos de pimenta, chás gelados e cremes balsâmicos; Ponto Nero, elaboradora de espumantes jovens e modernos; Cervejaria Leopoldina, produtora de cervejas artesanais com base nas principais escolas cervejeiras mundiais; e Vinotage, que apresenta cosméticos à base de uvas finas com ativos sustentáveis. O Tá Hora da ACI conta com o patrocínio da JTI, BRDE, Philip Morris Brasil, Unisc, BAT Brasil, Safe Investimentos – XP, Universal Leaf e Gazeta Grupo de Comunicações.