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Medicina regenerativa e células-tronco serão temas de conferência

Experiência da clínica de Santa Cruz será levada aos Emirados Árabes Unidos em setembro

Foto: Divulgação/RJ
Conferência terá como foco questões referentes às células-tronco

Ana Souza

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Troca de experiências na medicina regenerativa mundial para proporcionar maior qualidade de vida aos pacientes. É com este objetivo que os médicos Paulo Cézar Schütz, ortopedista e traumatologista, e Greice Fontana, ginecologista e ultrassonografista, estão com viagem marcada para participar, nos dias 19 e 20 de setembro, da 3ª Conferência Internacional Sobre Células-Tronco, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Eles levarão o conhecimento obtido ao longo dos últimos anos para palestras sobre medicina regenerativa e células-tronco.

“A medicina regenerativa é muito difundida nos Estados Unidos e países com alto poder aquisitivo em pesquisas e tecnologias, como é o caso dos Emirados Árabes”, frisa Paulo Schütz. “Meu desejo em obter esse conhecimento se deu em virtude do meu mestrado e às cadeiras do meu doutorado em diagnóstico genético molecular. O convite para palestrar surgiu pela minha experiência e estudos sobre esse assunto nos últimos 12 anos,”

A especialidade está se difundindo cada vez mais e está na vanguarda do tratamento em várias áreas da medicina. “Dentre os estudos mais avançados, podemos citar aspirado de medula óssea, células mesenquimais provenientes da gordura, concentrado de plaquetas, associados ao uso de ortobiológicos. A regeneração de tecidos pode ser sinalizada também por estímulos mecânicos, fotossensibilização, neuromodulação e pulsos eletromagnéticos. Os melhores resultados destas técnicas de estímulo regenerativo acontecem quando a saúde das células em termos de nutrientes, oxigênio e mecanismos de reparo está nas melhores condições possíveis para o indivíduo, o que é imprescindível de ser abordado em conjunto nos pacientes submetidos a esses tratamentos. Cabe ressaltar que a Medicina Regenerativa não tem relação com Medicina anti-envelhecimento, pois atua estimulando o auto-reparo fisiológico dos tecidos mediante sinalização celular”, explicou o médico.

Com grande experiência na área de ortopedia e traumatologia, tendo trabalhado no Hospital Cristo Redentor e, posteriormente, em Santa Cruz do Sul, Paulo destacou que é preciso evoluir, pois assim são as células. “Nascem mais células novas do que morrem durante a fase de crescimento e desenvolvimento. Após o término do crescimento, gradualmente inicia-se o contrário, o que chamamos de envelhecimento natural biológico. Isso ocorre em maior ou menor grau em determinadas pessoas e em determinados órgãos, dependendo do estilo de vida e fatores genéticos da pessoa. Este é o diferencial entre a doença e a saúde em qualquer idade.”

“Neste contexto surgiu a medicina regenerativa, da qual sou membro titulado da sociedade norte-americana. Ainda há muito que se caminhar neste sentido. Todos nós queremos viver mais tempo de vida, livre de doenças! No congresso irei falar muito na questão das células-tronco e o que elas fazem em nosso organismo. Junto ao trabalho que exerço está o suporte da doutora Greice que trabalha na parte da saúde integral dos pacientes para que tratamentos regenerativos tenham mais efeito, podendo inclusive evitar a necessidade de cirurgias, que são o último estágio das decisões médicas.”

Os profissionais

Fotos: Ana Souza

Paulo Cézar Schütz – Especialista nas áreas de traumatologia e ortopedia, além da medicina regenerativa, fez faculdade e se formou, em 1986, em Rio Grande. Posteriormente esteve integrado ao Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Fez mestrado em Diagnóstico Genético Molecular. Atualmente exerce a profissão entre Santa Cruz do Sul – com consultório na Rua Fernando Abott, 274, sala 204 –, Porto Alegre e São Paulo.

Greice Fontana – Formada em 2004 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), fez residência em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Fêmina, de Porto Alegre, além de especialização em Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia em Ribeirão Preto e pós-graduações em Nutrologia e Nutriendocrinologia Funcional em São Paulo.

Entenda mais:

Células-tronco: são originadas das mitoses zigoto, também chamadas de células-mãe ou células estaminais. São muito simples e têm a capacidade de se diferenciarem em qualquer tipo de célula, formando qualquer tipo de tecido e podem ser classificadas em células-tronco embrionárias e células-tronco adultas.

As chamadas adultas são retiradas do organismo já formado, por exemplo, medula óssea, fígado, sangue, cordão umbilical, placenta etc. Elas são chamadas de células-tronco adultas por não terem mais alta capacidade de diferenciação.

Em países onde estudos com células-tronco são permitidos, elas estão sendo utilizadas, em caráter experimental, no tratamento de diversas doenças como câncer, doenças do coração, doenças hepáticas, Alzheimer, diabetes, doenças renais, entre tantas outras. Entretanto, o uso de células-tronco embrionárias ainda é muito polêmico, pois para a retirada dessas células, tem que haver destruição do embrião e para muitos o embrião é considerado uma vida que se encontra em formação. (Fonte: Brasil Escola)

Medicina Regenerativa: Hoje o Brasil está avançado em relação ao uso de células-tronco para promoção de saúde por meio da medicina regenerativa. São diversos fatores fundamentais para a medicina regenerativa acontecer em sua plenitude. As células-tronco são as protagonistas, em suma são células “curingas”, capazes de se transformarem em diversas outras células do corpo. Possuem grande potencial de transformação, mas elas não são autônomas o suficiente para saberem qual papel elas devem desempenhar no organismo.

Por isso, os sinalizadores são primordiais para dizerem para as células-tronco qual célula ela deve se transformar. São sinalizadores químicos, como proteínas. Eles podem estar no próprio biomaterial, fazendo com que, quando as células-tronco estiverem ali, elas sejam transformadas naquele tipo de célula. Os sinalizadores também podem ser usados dentro do laboratório, permitindo que entreguemos as células-tronco já preparadas para começarem a se transformar em determinado tipo de célula quando estiver no corpo do paciente. O regulatório já está avançado no Brasil, colocando o país junto com países e regiões desenvolvidos, como EUA, Japão e Europa. (Fonte blog da R-Crio)