Quando nasce um bebê, tanto a mãe quanto o pai precisam se reinventar e se adaptar a esse novo momento de sua vida. Diante do lindo contexto de conexão mãe e bebê, o pai pode sentir que perde espaço e pode perceber um sentimento de incapacidade. Diferente da mãe e do bebê, onde o instinto naturalmente os une, o vínculo paterno dia a dia deve ser construído, nas pequenas, porém grandes ações.
Quando ocorre a separação do casal, o problema se torna ainda maior. Geralmente o pai tende a se afastar do filho. Contudo, a figura paterna é essencial, pois o pai tem relevância na educação, no desenvolvimento, na saúde física e emocional dos filhos, reforçando a autoestima e dando estabilidade e segurança. Participar das brincadeiras e atividades cotidianas, ter um tempo de qualidade com os filhos, constrói uma base sólida no relacionamento saudável de ambos. Um dos maiores problemas e mais polêmicos é a regulamentação das visitas dos pais que não detém a guarda de fato dos filhos.
A Lei dispõe que o exercício do poder familiar, quanto aos filhos menores, compete aos pais, devendo ambos dirigir-lhes a criação e educação e ter sua companhia, independentemente de quem exerça a guarda. Para a psicanálise, a ausência do pai pode provocar no filho sentimentos de desvalorização, abandono, solidão, insegurança, baixa autoestima e dificuldades de relacionamento que começam a ser percebidos na infância e interferem no desenvolvimento até a idade adulta.
Enfim, é muito importante que se prevaleça acima de tudo o interesse do menor com o objetivo de proporcionar uma educação de qualidade, crescimento e desenvolvimento em um círculo familiar sadio, de convivência tanto com a família materna quanto paterna.
Ângela Maria Neumann
OAB/RS 41.489
Pós-graduada em Direito de Família e Sucessões pela Verbo Jurídico