Ana Souza
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O Dia Nacional do Bombeiro é comemorado neste sábado, 2. A escolha da data é uma homenagem à criação do Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, inaugurado em 2 de julho de 1856, no Rio de Janeiro, sob o comando do major João Batista de Morais Antas. A oficialização foi através do Decreto-Lei 35.309, de 2 de abril de 1954, que definiu também a realização anual da Semana de Prevenção contra Incêndios. O patrono da classe é Dom Pedro II. O Corpo de Bombeiros de Santa Cruz do Sul surgiu em 13 de março de 1965 e a unidade do Distrito Industrial foi instalada em 16 de abril de 1985.
A data é uma homenagem aos heróis brasileiros que se arriscam diariamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, para cumprirem com o juramento de salvar e proteger mesmo com o risco da própria vida. Integrantes da força de segurança pública do Estado, os bombeiros são responsáveis pela preservação do patrimônio ameaçado de destruição, combate a incêndios, resgate de vítimas de afogamentos e acidentes, investigação sobre a origem dos sinistros e conscientização da população sobre as medidas de segurança e prevenção de queimadas.
“O dia 2 de julho enaltece a atividade de bombeiro. Demonstra a sua importância dentro do cumprimento das suas missões constitucionais, fortemente associadas a salvaguarda da vida e do patrimônio da população. Em decorrência da data, tradicionalmente as frações de bombeiros militares promovem ações de integração com a comunidade na semana que a antecede, tais como simulados, palestras em escolas, visitação de crianças aos quartéis, bombeiro por um dia, dentre outros, reforçando a sua proximidade com a população”, enfatiza major Mateus Bastianello Scremin, do 6º Batalhão de Bombeiros Militar.
“Uma ocorrência é diferente de outra”
Rotina não existe no trabalho diário dos profissionais bombeiros. Um dia é diferente de outro. Na semana em que se comemora o Dia dos Bombeiros, mais um socorro na busca por salvar uma vida. Na manhã de segunda-feira, 27, às 5h51, uma guarnição de Santa Cruz do Sul atendeu um recém-nascido de apenas nove dias que estava engasgado com leite materno. Os pais do recém-nascido perceberam a situação do bebê e o levaram ao quartel, para que fosse prestado atendimento.
Através da manobra de Heimlich foi possível realizar o desengasgamento, possibilitando o retorno da respiração. Após, o bebê foi conduzido pela guarnição ao Centro Materno Infantil (Cemai) para avaliação. O comandante do 6º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente-coronel Claiton Fernando Marmitt, frisu que esse tipo de ocorrência engrandece a corporação e reforça com êxito uma das missões constitucionais dela: o salvamento. A equipe de bombeiros no atendimento foi composta pelos 2° sargentos Luís Fernando Lopes e Cintia Pricila Bentin Oliveira, e os soldados Cesar Augusto Christmann, Thiago Kieling, Douglas Francisco Koneger e Tassio Choaire Riccardi.
Luís Fernando foi o primeiro a atender a ocorrência. Há 25 anos ele faz parte da corporação e ressaltou que cada salvamento realizado é diferente. “Toda a ocorrência é um momento novo, nenhuma é igual a outra. Na ocorrência do bebezinho, tive ajuda dos demais colegas e, graças a Deus, conseguimos com que ele voltasse à respiração normal. Atendemos vários casos de ocorrências, inclusive por telefone conseguimos explicar como fazer o socorro. É muito gratificante quando conseguimos realizar um trabalho que resulta em êxito. Para mim, ser bombeiro é motivo de orgulho, gosto do que faço. É gratificante poder auxiliar no salvamento de vidas”, comentou.
(Com informações do 6º BBM)
Eles são, realmente, verdadeiros heróis!
Ana Souza
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Não imaginava viver momentos tão impactantes e que serviriam como uma lição de vida e um aprendizado que jamais será esquecido. Ao receber o convite para representar o Riovale Jornal na atividade Bombeiro por Um Dia no 6° Batalhão de Bombeiros Militar de Santa Cruz do Sul, não sabia com o que iria me deparar e o quanto isso iria me ensinar que a vida vem sempre em primeiro lugar. Devemos proteger a nossa e a dos outros também.
Durante toda a tarde de 29 de junho, vivi momentos marcantes. Tudo começou com recepção aos 15 participantes e instrução teórica em sala de aula, com informação sobre as oficinas e a utilização do equipamento de proteção individual (EPI). Em seguida, fomos divididos em três grupos, com cinco integrantes cada, e direcionados para as oficinas, com acompanhamento de dois bombeiros militares para coordenação dos trabalhos. E assim iniciamos as atividades que até o final iriam nos ensinar algo que jamais imaginávamos aprender: o que é ser bombeiro.
O primeiro passo foi com o soar da sirene para vestir a roupa de salvamento – em apenas 1 minuto deveríamos estar prontos. Detalhe: a roupa pesava 40 quilos! Eu, com altura de 1,54 metro, parecia uma mascote no meio dos mais providos de altura. E lá fomos nós para o aquecimento, que fazia parte da prova Bombeiro de Ferro. Não foi fácil correr, mesmo que poucos metros, com a roupa de salvamento. Já sentia orgulho dos bombeiros nesse primeiro instante! Corremos entoando as palavras “Bombeiros” e “Brasil”. Em seguida, o socorro a uma vítima para tirá-la da zona de perigo, a busca dos equipamentos para o salvamento e desvio pelos percursos com o subir das escadas e o mergulho nas barreiras postas no caminho.
Posteriormente, vieram as demais oficinas, com rodízio entre as equipes. A primeira foi combate a incêndio com a extinção de labaredas em um tanque de material elétrico e o uso de extintor de pó químico seco. Após o atendimento pré-hospitalar (nesta eu era a vítima), meus colegas se esmeraram em atender. Aqui a pressão no sentido emocional foi grande. Éramos impulsionados pelos soldados Geniane Nascente de Oliveira e Douglas Maciel Silveira – não esqueceremos a empolgação na hora de nos impulsionar no salvamento das vítimas. “Salva ele, salva!!!” – para que tudo fosse de forma ágil, essencial no socorro às vítimas.
A terceira foi o resgate veicular. Essa sim, muita força e concentração para averiguar a situação da ocorrência, a estabilidade do veículo e a proteção da vítima. Equipamentos de pressão hidráulica foram utilizados para cortar portas, abrir janelas e realizar o salvamento. Em seguida, a volta no quarteirão da sede dos bombeiros. Ainda mais emocionante. Sirenes ligadas, ambulância de resgate e dois caminhões abriram caminho para que pudéssemos ver como é o trajeto nas ocorrências. O coração parecia que iria sair pela boca. Batia acelerado!
Ao final do trajeto, todos juntos, com as três oficinas no mesmo cenário e um misto de cansaço, emoção e alegria, encerramos a participação nesse dia que ficará na memória de todos. E não poderia faltar o batizado do Bombeiros por Um dia, com o banho de mangueira e a presença do mascote Quentinho. Tudo selado com um lanche coletivo e muitas histórias para compartilhar (fora as fotos e vídeos em inúmeros registros).
Fica aqui o agradecimento ao Comandante do 6º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente-coronel Claiton Fernando Marmitt, pela oportunidade e aos dedicados instrutores das oficinas. Combate a Incêndio: 1º sargento Flávio André Muller dos Santos, 2º sargento Aguiar Luís da Silva Araújo e soldado Marcos Vinicius Bartz. Resgate Veicular: 2° sargento Éder Porto Ferreira e soldado Fabiano Kroth dos Santos. Atendimento Pré-Hospitalar: soldado Geniane Nascente de Oliveira e soldado Douglas Maciel Silveira. Tenho uma frase que resume tudo o que aprendi e jamais esquecerei: “Vocês são os verdadeiros heróis na luta pela vida! Orgulho demais!”.