Luciana Mandler
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Assim como os humanos, cães e gatos sofrem com as baixas temperaturas do inverno. Se não acompanhados adequadamente, podem desenvolver doenças. Para que isso não ocorra, alguns cuidados são fundamentais, como manter os pets aquecidos, ter vacinas em dia e uma boa alimentação.
“Evitar chuva e dispor ao animal um abrigo adequado, com paninhos e caminha como forma dele se aquecer”, orienta a veterinária Tamara Rocha de Moraes, que possui especialização em Clínica e Cirúrgica de Felino. Ela aponta que existem raças mais propensas a sentirem frio e que necessitam o uso de roupas. Já outras não têm essa necessidade. Animais de raças pequenas e de pelos curtos geralmente precisam disso, casos do pinscher e do chihuahua, por exemplo. Alguns animais de pelos longos que são mais friolentos também podem carecer de vestuário, assim como aqueles que têm tosa baixa, pois se retirou sua cobertura natural.
Em contrapartida, há raças sobre as quais não é preciso se preocupar tanto, pois são oriundas de clima frio, a exemplo do husky siberiano, do chow chow, do golden retriever e do malaman, além de alguns cães pastores. “Eles são mais adaptados ao clima frio ou o frio para eles é mais agradável que o verão”, ensina Tamara. “Mas, claro, todo cão e todo gatinho precisam de abrigo contra o frio, de um local quentinho para dormir e de abrigo contra a chuva”, reforça.
A veterinária lembra que é importante evitar que os animais permaneçam úmidos tanto pelo risco das doenças respiratórias quanto pelo de otite, por aumentar a umidade dentro do ouvido. Gatos correm risco maior de desenvolver alergias respiratórias devido às mudanças bruscas de temperatura. Entre as patologias está a rinotraqueíte infecciosa felina, que tem vacinas para proteção.
Para os animais que ficam fora de casa, é necessário que, além do acesso ao pátio e à grama, tenham um abrigo adequado. Esse local não pode se restringir somente a uma casinha. O pet tem que se movimentar e fazer xixi. “É preciso uma área coberta, razoavelmente grande, para que ele consiga circular, se abrigar de vento e chuva, e consiga se movimentar em momentos em que a chuva se torna intensa durante dias”, enfatiza Tamara.
Além disso, precisa ter acesso a locais de garagem e às abas na casa, e a casinha deve ser bem fechada, com panos dentro e posicionada onde não pegue vento direto na entrada da porta. “Se não tiver um ambiente assim, é importante colocar o animal dentro de casa nesses períodos em que a chuva se prolongue por muito tempo”, reforça a veterinária.
Para os gatos, os cuidados se tornam mais importantes. “Precisamos evitar que eles saiam do quente para o frio e vice-versa de forma brusca”, alerta Tamara. Os felinos devem ter cobertinhas e cama aquecida, pois não costumam aceitar bem o uso de roupas e não há necessidade. Outro cuidado é com o uso do ar condicionado no quente. “É fundamental que o ar esteja umidificado, mesmo com essa época de umidade, pois se você ligar o ar condicionado no quente por períodos muito longos terá o ressecamento do ar e pode vir a desenvolver algumas alergopatias respiratórias em função do frio”, explica.
Animais pequenos e idosos merecem um cuidado especial também, bem como aqueles que têm problemas de coluna e de osteoarticulares. “A tendência na umidade e no frio é de que retorne um pouco de dor. Pode haver contratura muscular pelo fato de ficar mais encolhido e aumentar as inflamações com relação a artrite e artrose”, sublinha.
Mais do que manter os cães e gatos sempre aquecidos é preciso vaciná-los, a fim de protege-los. “Nos cães, temos vírus da influenza e a bordetella bronchiseptica, bactéria responsável pela tosse e que pode estar associada com a influenza ou não”, lembra a veterinária. No caso de cães, a influenza está incluída na vacina polivalente, que o animal deve tomar todos os anos.
O imunizante da gripe é separado e para a bordetella há vacinas específicas, cuja indicação é para que seja feita nesta época do ano, antes que se inicie o forte do inverno. Nos gatinhos, a polivalente anual é indicada e conta com doenças do trato respiratório.
Cuidados e muito amor
A atendente de escola online Janaína Mira considera o cuidado com os pets muito importante, principalmente nessa época de tanto frio. Em casa, ela tem o cão Chocolate, que foi adotado da rua, e dois gatos: Tião e Luke. Em dias quentes, Chocolate fica na caminha dele, na área coberta no lado externo da casa. Nos de frio ou sempre que ele quer, dorme dentro da residência.
“O Chocolate é tudo para mim. Cuido e me preocupo com ele. Nos dias de frio ele usa roupinha, que por sinal ele adora”, revela Janaína. “Também coloco cobertas na cama dele e ainda o coloco para dormir dentro de casa, pois, mesmo sendo peludos, os animais sentem frio também.”. Já os gatos Tião e Luke dormem na cama para se esquentarem. Janaína até comprou roupinha para eles, mas não gostam. “Eles são tudo para mim”, define.
Alimentação
Além de manter os animais aquecidos e vacinados, a alimentação também deve ser observada. A veterinária Tamara Rocha de Moraes esclarece que no inverno, assim como os seres humanos, os animais têm a necessidade de ingerir cerca de 20% mais calorias do que no verão. Porém, antes é preciso avaliar a questão do escore corporal do bichinho. “Essa necessidade calórica vai variar conforme o nível de atividade e peso do animal”, explica.
Cuidados com a pele
No clima frio, a tendência é haver um pouco mais de ressecamento. É preciso cuidar em relação ao banho, pois a água precisa estar na temperatura adequada para que o bichinho não passe frio. Mas também não pode ser quente demais para evitar que o ressecamento da pele.
Como no inverno o pelo deve ser muito bem seco, a fim de evitar fungos e doenças, cuidar o uso do secador também é importante, pois muito quente vai levar ao ressecamento da pele. O próprio frio torna a pele mais sensível. “Animais que têm tendência a ter uma pele e pelos secos, é preciso aumentar a quantidade de condicionar para hidratar a pele”, frisa Tamara.
