O início de junho é marcado, em todo o mundo, com as comemorações voltadas ao meio ambiente. Em 2022, a data é ainda mais especial: marca também os 50 anos desde a primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano – Conferência de Estocolmo 1972, que designou o 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, a celebração tem o tema “Uma Só Terra”, com foco na vida sustentável em harmonia com a natureza. “Uma Só Terra” foi o lema da Conferência de Estocolmo e, 50 anos depois, se mantém coerente e atualizado.
A produção de tabaco no Brasil se concentra na Região Sul e em muitos municípios produtores (são 508 ao todo) chega a representar mais da metade da arrecadação. Infelizmente, não é incomum vermos dados, normalmente sem fonte, que relacionam o setor do tabaco com prejuízos ao meio ambiente.
“Aproveitamos a data para comunicar as ações que vêm sendo mantidas há décadas na Região Sul, onde a produção de tabaco é muito relevante para centenas de municípios, com o objetivo de preservar aquilo que é mais importante não só para o produtor, mas para todos nós: a nossa casa, a nossa terra”, comenta o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco, Iro Schünke.
25% verde
Atualmente, em média, 25% da área das propriedades produtoras de tabaco são cobertos por florestas, sendo 15% de mata nativa e 10% de reflorestamento. Mas, e os outros 75% da propriedade? São só tabaco? Segundo levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o tabaco ocupa, em média, 23% da propriedade, mas representa quase a metade da renda bruta do produtor. As demais áreas são destinadas a pastagens (22,5%) e outras culturas, como milho, soja, feijão, arroz, batata, cebola, mandioca e hortifrutis.
SOLO PROTEGIDO
A diversificação das propriedades é um ponto importante para o meio ambiente, em especial, o solo. O programa Milho, Feijão e Pastagens, por exemplo, além de ter um contexto social importante de segunda renda, contempla o modelo da conservação da terra: por meio da rotação de culturas, o solo fica livre de pragas e doenças, além de protegido da erosão. Além disso, o centenário Sistema Integrado de Produção de Tabaco garante a orientação técnica adequada e avaliação constante do solo dos produtores integrados.
AUTOSSUFICIÊNCIA ENERGÉTICA
A cura do tabaco é realizada em grande parte em estufas à lenha e, desde 1978, o setor promove a autossuficiência energética, incentivando o reflorestamento. Atualmente, uma série de vídeos complementam esse esforço, parte do projeto Ações pela Sustentabilidade Florestal na Cultura do Tabaco, mantido pelo SindiTabaco em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria. Assista aos vídeos no canal do SindiTabaco no Youtube.
CONSERVAÇÃO
Além do incentivo ao reflorestamento, o setor tratou a conservação da Mata Atlântica de forma inovadora, por meio de um inédito acordo junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), em 2011. Ele previa o monitoramento por satélite de áreas produtoras de tabaco e o reforço da orientação sobre o uso exclusivo de lenha de origem legal e sustentável pelos produtores integrados.
RIOS E NASCENTES
A proteção de nascentes e rios é outro tema que ganha atenção do setor há muitos anos. Iniciativas individuais de empresas associadas se atentam especialmente a este ponto e o SindiTabaco manteve, entre 2005 e 2019, o programa Microbacias, que permitiu, com a análise de dados obtidos por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, levar ainda mais informações aos produtores sobre as diversas técnicas de preservação das nascentes e dos recursos hídricos. Ao utilizá-las, evita-se a erosão do solo e o transporte de sedimentos para os rios próximos às lavouras, diminuindo a poluição nos cursos de água. As orientações foram difundidas por meio de seminários e dias de campo e, atualmente, da orientação técnica.