Ana Souza
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Quem for à Casa das Artes Reginas Simonis, na esquina das ruas Marechal Floriano e Júlio de Castilhos, vai conferir a mais nova exposição que o espaço abriga desde o vernissage ocorrido na noite dessa sexta-feira, 6. A mostra “Mumei No Uma” (“Um Cavalo Sem Nome” é do artista plástico Rafael Barletta, que caracteriza sua arte como figurativo-abstrata e neo-cubista. A iniciativa é da Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul, mantenedora do local.
Barletta é designer gráfico, formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Também foi vocalista de bandas de rock de renome na cidade, como Mr. Kruger e Dollar Bill. A música continua a fazer parte de sua trajetória agora na Soho. Barletta é porto-alegrense, mas há anos reside em Santa Cruz do Sul. Ingressou nas artes plásticas através da ilustração, seu trabalho amadureceu e evoluiu para uma arte mais abstrata e foi aí que iniciou as pinturas em tela.
As primeiras experiências mais consistentes foram criadas em 2012 e desde então seu trabalho acontece como uma busca de algo cada vez mais expressivo, original e pessoal. A sua primeira coleção, “Rustiface”, em 2016, tinha como ênfase rostos como figuras entalhadas nas pinturas. As peças estiveram em exposição na 4w43 Gallery e na sede da Organização das Nações Unidas, ambas em Nova York, e também na AVA Galleria, em Helsinque, na Finlândia.
A segunda coleção surgiu em 2018, chamada “Sunna”. Tinha uma variação maior de imagens, com uma referência direta ao Sol, e trazia vegetações e outros elementos, compondo as formas juntamente com os rostos. As peças fizeram parte de uma exposição virtual e participaram da revista anual de 2022 da Luka Art Gallery, em Lisboa, Portugal, da qual Barletta faz parte do cast de artistas.
“Mumei No Uma” é a terceira coleção de pinturas do artista, criadas de 2019 a 2022. “O nome tem como inspiração a canção ‘A Horse With no Bame’, da banda America, e traz uma reflexão sobre a autodescoberta em uma imersão no deserto silencioso que habita dentro de nós, o mergulho interior. Quando fazemos essa viagem interior profunda, não julgamos, somente apreciamos as mensagens sensoriais que a vida nos presenteia. Quanto mais tempo passamos nesse deserto, mais entendemos que o cavalo não precisa ter um nome, ele é livre, assim como a arte não precisa ter um rótulo ou um julgamento e muito menos uma compreensão. Assim busco a minha originalidade, na espontaneidade de simplesmente deixar acontecer”, explica o artista.
A coleção contém figurativos, cenários e animais. “Há mudanças dos estilos anteriores, com características neo-cubistas que não apareciam anteriormente, mas se mantém a linha rústica e primitiva do traçado, que é característica principal de meu trabalho e que dá a identidade a todas as coleções, deixando-as sempre peculiares”, define Barletta. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10 às 12 horas e das 12h30 às 16h30, e sábado das 10 às 14 horas. Conheça mais sobre o artista Rafael Barletta no perfil @barlettarafael do Instagram.