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Do meio rural para a área da tecnologia

Ana Souza
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Uma visão avançada de empreendedorismo, passando da vivência rural para a tecnológica no meio urbano. Foi assim que Cleber Fernandes, com raízes no interior do município, de família de produtores de tabaco, focou seu trabalho na área da tecnologia da informação. Aos 16 anos, ele foi trabalhar na Brasil Telecom em Santa Cruz do Sul. Em 2011, se desligou da empresa e iniciou os primeiros passos da Contel Telecom, da qual é sócio-diretor.


Integrante do Pólo Tecnológico da Universidade de Santa Cruz do Sul (TecnoUnisc), a Contel tem 11 anos de trajetória. “Surgiu em 2011 como consultoria de telecomunicações. Durante os seis primeiros anos, acompanhou as mudanças tecnológicas do mercado, mas sentia a necessidade de adaptação e mais evolução. O ano de 2017 foi marcado pelo desenvolvimento de um software de gestão, que teve como base o refaturamento de linhas telefônicas, e a mudança para junto do TecnoUnisc”, conta Cleber.


Três anos após, nova etapa de crescimento e que deixou o empreendedor ainda mais orgulhoso e com a certeza de que estava trilhando o caminho certo. A Contel recebeu, na ocasião, a homologação junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar como MVNO (mobile virtual network operator), que é uma operadora de rede móvel virtual. “Expandimos ainda mais os negócios e veio a aprovação no Pólo Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (Tecnopuc).”


Em janeiro de 2021, mais um passo à frente, quando a empresa passou a ser franqueadora, associada à Associação Brasileira de Franchising (ABF). No mesmo ano, contabilizou R$ 1,4 milhão em investimento e atingiu uma base de mais de 17,3 mil clientes. As franquias vinculadas à Contel, neste modelo de negócios, são responsáveis pela área comercial da operadora, com 12 desenvolvedores.

Como tudo começou


A Contel iniciou como uma empresa de consultoria em telefonia fixa. “Trabalhávamos com médias e grandes empresas, também atuando nas prestadoras de vigilâncias e prefeituras. Inicialmente focamos na parceria na área da telefonia com redução de custos. O cliente ganhava um percentual com o resultado financeiro através do nosso êxito. Assim trabalhamos de 2011 a 2019. Com o tempo, percebi que meu mercado era a telecom e, em 2019, vendo a primeira operadora móvel virtual (MVNO) do Brasil em expansão, resolvi colocar toda a minha energia neste contexto. O ano de 2020 foi de planejamento e contratamos uma consultoria externa para expansão e desenvolvimento nas áreas de tecnologia da informação, administrativo e financeiro”, explica Cleber.


“Sonho realizado” é como se refere o empreendedor ao ver o crescimento da empresa de telecomunicações, que também é geradora de empregos. Em 2020, a Contel tinha oito colaboradores, hoje são 32 pessoas envolvidas. Além dos 12 franqueados de expansão, há mais 44 franquias no Brasil.


“Cada franqueado gerou várias vagas de emprego. Em abril deste ano, iniciamos uma segunda rodada de investimentos, com captação de R$ 4,5 milhões em troca de 10% de investimentos pelas empresas. Serão aplicados 50% na área de TI e 50% na comercial. Fecharemos abril com cerca de 3,5 mil novos clientes. Assim se traduz em mais geração de empregos. Nossa estimativa neste trimestre é chegar a 30 mil clientes”, revela Cleber, que deixa conselhos a quem deseja ingressar e evoluir no mercado do trabalho ou nos negócios.


“Uma dica é que as pessoas busquem sempre se qualificar, para que possam se inserir no mercado de trabalho”, sublinhou. “O trabalho dignifica o ser humano e o Dia do Trabalhador são todos os dias. Tenho orgulho no trabalho que exerço. A Contel registrou um crescimento de 400% na sua base de clientes. No ano passado, chegamos a 17 mil usuários no País. Nossa expectativa é chegar a 75 mil usuários até o fim de 2022. No mercado de franchising, a empresa fechou o ano com 25 franquias. Neste patamar, 40 novas marcas foram constituídas. Cada pessoa deveria trabalhar com o que gosta de fazer e, eu particularmente, adoro fazer o que faço”, definiu.