Ana Souza
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Um banco que carrega em sua essência o nome do país: Banco do Brasil. Na última segunda-feira, 25, a instituição completou 80 anos em Santa Cruz do Sul. O prédio localizado na Rua Marechal Deodoro, 512, abriga três agências: Central, Empresas –micro, pequenas e médias – e Corporate Banking – grandes. O BB também tem sede na Rua Carlos Trein Filho, 930, junto ao prédio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
Além dessas quatro agências, há uma plataforma de suporte operacional que realiza trabalho interno e atendimento aos caixas. O quadro funcional, em Santa Cruz, é composto por cerca de 60 pessoas. Através das plataformas digitais, existem clientes do município atendidos em outras unidades do BB.
O surgimento em Santa Cruz foi em 1942, instalado na Rua Ramiro Barcelos, onde funcionava o Banco Industrial e Comercial do Sul. O quadro funcional tinha apenas três funcionários: o gerente Teófilo Ávila de Araújo, o subgerente Ortti Purper e Waldir Andrade de Freitas.
Em 1947, a agência foi transferida para a Marechal Floriano, permanecendo nesse endereço até 28 de julho de 1962. Posteriormente passou sua sede para a Rua Borges de Medeiros, esquina com a Tenente-Coronel Brito. Em 1970, João Ambros Gouvêa foi nomeado gerente e, nove anos após, em 14 de março, o banco adquiriu o imóvel na Floriano.
A inauguração foi em 28 de setembro de 1979, data do aniversário do município de Santa Cruz do Sul. As atividades iniciaram em 1º de outubro daquele mesmo ano. Com o falecimento de Gouvêa, nove dias após o início das operações na nova sede, foi nomeado gerente Rui Barbosa Pacheco do Canto, assumindo em 1980.
No dia 1º de agosto de 1963 foi criada a Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), situada na Linha João Alves. A área de 139.092 metros quadrados, pertencente a Avelino Breidenbach, custava Cr$ 3.250.000,00, valor que na época representava um automóvel DKW 0 km. A entidade oferece diversos benefícios aos associados em uma ampla área verde e que proporciona o contato direto com a natureza. O primeiro presidente foi Pojucan Karan Menezes, tendo como vice Cláudio Roberto Genz. Hoje a presidência está a cargo de Ronaldo Pereira Rodrigues.
Em 1969, o Banco do Brasil realizou concurso público, admitindo candidatos de ambos os sexos, atendendo um parecer jurídico do autor da Lei da Discriminação Racial, o jurista, funcionário da instituição e senador da República, Afonso Arinos de Mello Franco, de que não se poderia continuar a admitir apenas funcionários do sexo masculino. Assim foram aprovadas, em outubro daquele mesmo ano, as três primeiras mulheres do BB local: Lore Beck, Erica Geck e Helena Hermany, hoje prefeita de Santa Cruz do Sul.
“O Banco do Brasil faz parte da minha história. Fui aprovada no primeiro concurso com participação de mulheres. Sempre gostei de trabalhar como bancária, tenho uma grande amizade com colegas até hoje e muito orgulho da minha trajetória na instituição. Também fico feliz pelos diversos programas sociais que o banco realiza em parceria com a Prefeitura, exemplo de que ele está inserido na comunidade santa-cruzense. Parabéns ao BB pelos 80 anos em Santa Cruz do Sul”, destacou a prefeita Helena (Progressistas).
O gerente-geral da agência Central, Adércio Luís Arenhardt, enfatizou os momentos atuais do Banco do Brasil, que se tornou uma referência na comunidade. Ele faz parte do quadro há 35 anos, tendo ingressado em 1986 na cidade de Horizontina, de onde é natural, como menor auxiliar de serviços gerais. “Para mim, é uma alegria enorme fazer parte dos 80 anos do BB. Já vivi os 50, 55, 60, 70 anos da agência, que agora chega a esta trajetória marcante como o grande impulsionador do desenvolvimento econômico de Santa Cruz do Sul. Sempre teve uma presença muito grande aqui no município e apoiou a indústria do tabaco, sendo muito presente nas importações e exportações, além de ser um forte aliado da comunidade em que está inserido. Para marcar o aniversário será feito um almoço de confraternização no sábado, 30, e na segunda-feira, 2, haverá uma sessão solene da Câmara de Vereadores, a partir das 19 horas, em homenagem ao banco. Convidamos todos para participarem”, ressaltou.
Arenhardt lembra que, em 2021, foi realizado um projeto junto à Escola Família Agrícola de Santa Cruz (Efasc) com recursos disponibilizados em parceria a outros apoiadores. Houve a inserção na Foco Empreendedor com propostas apoiadas pela Fundação do Banco do Brasil, instituída em 1985 e que tem como objetivo promover, apoiar, incentivar e patrocinar ações nos campos da educação, cultura, saúde, assistência social, recreação e desporto, ciência e tecnologia e assistência à comunidades urbano-rurais.
“Estamos criando uma grande plataforma digital no agronegócio chamado broto (www.broto.com.br). Chamamos toda a cadeia do agro no Brasil a utilizar o link. Será uma das referências em negociações no futuro. Tudo de forma digital e com assessoria. Também na área do comércio iremos inserir as empresas que queiram ofertar seus produtos. Através do aplicativo do banco, poderá realizar suas vendas. Mas pedimos que as pessoas cuidem muito com as questões das fraudes, que procurem sempre a agência para tirar dúvidas.”
História com raízes portuguesas
A história do Banco do Brasil remonta ao tempo de Dom João VI, que, baseado nas ideias do italiano Domingos Vandelli, nascido em Pádua e tendo se fixado em Portugal a convite do Marquês de Pombal, fundou, em 12 de outubro de 1808, o Banco do Brasil. O objetivo era suprir o governo com recursos financeiros. No primeiro ano, o quadro de funcionários era composto por 39 pessoas, entre diretores e empregados. Ao longo de sua trajetória sempre teve o foco de contribuir para o aumento da riqueza nacional. O objetivo principal era a integração do País, o desenvolvimento e as questões de cunho social.
Instalou-se inicialmente na Rua Direita, esquina com a São Pedro, no Rio de Janeiro, com 1.200 contos de réis de capital, iniciando as suas atividades a 11 de dezembro de 1809. Foi o quarto banco emissor do mundo, depois dos da Suécia (1668), da Inglaterra (1694) e da França (1800). O BB funcionava como uma espécie de banco central misto, com depósitos, descontos e emissão, dotado ainda do privilégio da venda dos produtos dos quais a Coroa Portuguesa tinha monopólio: pau-brasil, diamantes, marfim e urzela.
AABB Comunidade: programa social com foco na educação
O programa AABB Comunidade, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, consiste em uma complementação educacional, baseada na valorização da cultura do estudante e de sua comunidade. Essa proposta é efetivada por meio de atividades lúdicas desenvolvidas em áreas como saúde e higiene, esporte e linguagens artísticas, possibilitando a construção de conhecimentos e o acesso à cidadania.
Ele foi criado em 1987 em nível nacional. A proposta metodológica foi desenvolvida, em julho de 1997, pelo Núcleo de Trabalhos Comunitários da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tendo como princípio a pedagogia dos direitos, a ludicidade e a leitura da realidade social do educando, da família e da comunidade. Em abril de 1998, foi firmada pela primeira vez a parceria entre a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Fundação Banco do Brasil, Federação Nacional de AABBs (Fenabb) e Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).
Desde então, o programa já atendeu mais de 4 mil crianças no município, sempre promovendo o seu desenvolvimento integral por meio de ações educacionais que favoreçam a inclusão socioprodutiva e ampliem a consciência cidadã.
Para fazer parte do AABB Comunidade, crianças e adolescentes devem ter idade entre 6 e 18 anos incompletos, estar estudando na rede pública municipal de ensino e pertencer a famílias de baixa renda que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Em Santa Cruz, visa atender 300 educandos anualmente, de escolas de diferentes bairros da cidade, elencadas de modo logístico, mesclando alunos várias localidades para promover a integração.
O programa é apontado pelos santa-cruzenses como um projeto educacional que tem provocado mudanças significativas no comportamento das crianças e adolescentes participantes, despertando perspectivas futuras, contribuindo para amenizar as diferenças sociais e gerando novas oportunidades de crescimento pessoal. Com fundamentação no Estatuto da Criança e do Adolescente, o AABB Comunidade tem como objetivo fundamental a complementaridade escolar e a inserção social.