Ao longo dos anos, e com maior frequência nos últimos anos, o Editorial do Riovale Jornal abordou várias temáticas sobre História. No Brasil, um dos grandes historiadores é Sérgio Buarque de Holanda, que viveu no século 20. Seu filho, Chico Buarque, tornou-se um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira (MPB). Muitas das músicas de Chico ajudam a contar a história do País.
Uma delas é “Brejo da Cruz”, lançada na década de 1980, colocando um olhar sobre os excluídos em nossa sociedade. A música começa da seguinte forma: “A novidade / Que tem no Brejo da Cruz / É a criançada / Se alimentar de luz”. Chico Buarque coloca em perspectiva as crianças pobres do Brasil e mostra possíveis destinos para elas.
Muitos desses meninos e meninas tornam-se trabalhadores e exercem um papel essencial, mas pouco reconhecido na sociedade brasileira: “Mas há milhões desses seres / Que se disfarçam tão bem / Que ninguém pergunta / De onde essa gente vem / São jardineiros / Guardas-noturnos, casais / São passageiros / Bombeiros e babás”.
A música “Brejo da Cruz” se enquadra na perspectiva dos historiadores da Nova Esquerda Inglesa, surgida na década de 1950. Esses profissionais difundiram a ideia da “História vista de baixo”, que procura, em grande parte de seus estudos, realçar a importância histórica dos trabalhadores. Isso reforça a ideia de que a trajetória de uma comunidade ou de um País, não é feita apenas pelos grandes homens públicos, mas por muitas pessoas que levam uma vida simples e que representam o “motor” da História. Devemos valorizar essas pessoas, o trabalhador merece este reconhecimento.