A pandemia chamou a atenção para a relevância da ciência. Uma entidade que trabalha nesse sentido é a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que publicou em seu portal, durante o mês de julho de 2019, uma série de depoimentos de ex-ministros da Ciência e Tecnologia sobre a situação do setor no País.
José Israel Vargas, ministro nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, durante a década de 1990, disse o seguinte: “É preciso valorizar as ideias. Nos EUA, a ideia inovadora tem valor, no Brasil não tem. Primeiro, porque as empresas brasileiras têm pouco capital; segundo, o próprio cientista não tem conhecimento nem do valor de mercado das coisas que são produzidas”.
À frente da pasta da Ciência entre 2004 e 2005, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Amaral também fez críticas à realidade do setor. “A ciência e a tecnologia – e acrescento o ensino e a inovação – vivem sua mais grave crise republicana”, disse Amaral em 2019. Amaral afirmou que “as grandes nações investem em ciência e tecnologia não por serem ricas; mas são ricas porque investem em ciência e tecnologia”.
Ao Jornal da Ciência, publicação da SBPC que divulgou os depoimentos dos ex-ministros, Gilberto Kassab apresentou uma visão otimista: “A ciência brasileira é de primeira qualidade, temos pesquisadores de muito gabarito, e também penso que é necessário aprofundar a divulgação do trabalho de excelência que é produzido por aqui”. De 2016 a 2018, Kassab foi ministro no governo de Michel Temer.
Entre críticas e elogios, fica evidente que a ciência precisa ser mais valorizada no Brasil. Existem realizações, mas também há um grande potencial adormecido. O ano é de eleições e essa discussão deve ser colocada em pauta. A humanidade vai depender cada vez mais de aprofundamento científico para sobreviver.