A impressão que todos nós temos é de que o tempo está passando mais rápido, tanto é que quando chegamos ao final do ano, tem-se a impressão de que houve meses que foram pulados de tão efêmero que foi o ano.
Sabemos que a quantidade de dias do ano não alterou, mas em compensação, as atribulações e compromissos que assumimos são infinitamente maiores de nossa possibilidade de atendimento, o que leva ao processo interminável de que sempre estamos com algo por ser executado ou cumprido, fazendo com que não percebamos o passar dos minutos, horas e dias.
Esta roda viva tem um efeito colateral muito grave, o de não saborear momentos importantes, sendo que muitas vezes já estamos mentalmente ocupados com a outra tarefa que está à nossa espera. A pergunta que muitos fazem, o que e como reduzir a velocidade de tempo?
Tenho para mim que não há resposta única para tal complexa questão, mas levanto algumas hipóteses que acredito serem úteis para enfrentar tal pertinente tema.
A primeira sobre qual tenho pensado, é se realmente todas as coisas e compromissos que assumimos são relevantes e/ou importantes para uma vida saudável? A resposta que chego é de que muito do nosso tempo é gasto com a “pré-ocupação”, ou seja, não poucas vezes ficamos ocupando nosso tempo com situações que sequer vão ocorrer. A sugestão que tenho para tal quadro de ansiedade, é de que se resolva o que nos cerca antes de gastar energia com o improvável. É importante aqui frisar que planejamento é algo totalmente diverso de “pré-ocupação”.
Segunda hipótese, cabe questionar se tudo o que desejo de fato tem o valor que compense gastar minha vida para conquistá-lo, pois não é incomum que após um esforço enorme, e o objetivo alcançado, já estamos com outro desejo, e sequer saboreamos os frutos da conquista anterior, e como dizia Platão, “mate o desejo realizando ele, que um outro surgirá”. Saber valorizar as conquistas e maturar o processo de escolha de um novo desafio é muito importante.
Terceiro, reserve um tempo para reflexão diariamente, sobre o que é importante e o que te motiva, e coloque na balança da vida tudo o que você já fez e conquistou, e certamente irá perceber que gastou muita energia com situações que muito pouco lhe serviram, mas que gastaram um tempo importante, que poderia ter sido compartilhado com pessoas que necessitam da tua presença.
Assim, para que consigamos em 2022 reduzir a velocidade do tempo, e não sermos escravos de ambições que muitas vezes sequer nossas são, sugiro as três hipóteses acima para começo de conversa. Feliz ano novo para todos.