Se as eleições fossem hoje, não resta dúvida. Certamente o ex-presidente voltaria ao Planalto com sobras. Mas, como o futuro é uma incógnita, é preciso ser cauteloso.
Lula ainda não se plantou como pré-candidato, embora, para os eleitores, ele será. Vai esperar para anunciar sua decisão em março. Até lá, as costuras com alianças vão desenhar o cenário que parece já ter alguns personagens e estratégias muito bem definidos. Alckmin está com as malas prontas para embarcar como vice. Deve se filiar ao PSB e com isso fortalecer a candidatura de Márcio Braga a governador em São Paulo e Haddad para senador. É uma jogada de mestre, muito embora o ranço de alguns setores que acham que o picolé de chuchu foi duro demais com o PT em tempos idos, sem entenderem que nesse jogo, engolir sapos (ainda mais barbudos) é uma constância.
No lado dos adversários de Lula, as pesquisas demonstram que Bolsonaro só desce a ladeira em avaliações de governo e a terceira via com Moro está mais apagada que terceira via de nota fiscal das antigas, brincam pelas redes sociais. Esse quadro é significativo, pois não se vislumbra, por enquanto, nenhum nome que assombre o metalúrgico. Os cenários na América do Sul também favorecem a candidatura e o sucesso de Lula em 2022.
Recentemente, Gabriel Boric, um jovem de 35 anos, representando a Frente Ampla e o Partido Comunista, se tornou o mais jovem presidente chileno e alia seu nome a outros países governados pela esquerda como Peru, México e Argentina, afora a Colômbia que tem eleições em maio e o candidato esquerdista está na frente das pesquisas. Esse alinhamento é importante economicamente para o bloco e fortalece as políticas sociais.
Só uma fatalidade para tirar Lula da cena eleitoral. É evidente que os adversários, entre esses alguns setores como a imprensa, por exemplo, vão recordar assuntos que já estão mais do que requentados, mas que sempre colocam em ebulição os anseios conservadores do brasileiro médio.
Outro risco que não podemos descartar é a ação de milícias agindo para um atentado contra o líder nas pesquisas. Sim, pode ser um tiro no pé, mas nunca se sabe as reais consequências de um gesto sanguinário. É frágil, mas deve se tomar todos os cuidados.
Tem também o reacendimento dos processos ainda não arquivados ou ainda não julgados com absolvição e as manobras jurídicas que podem alijar o nome de Lula das urnas eletrônicas.
São hipóteses, é claro, mas que não podem virar fatos. Os caminhantes progressistas precisam estar com os olhos atentos e com a bússola funcionando para que ninguém se perca na jornada.
Cada passo a partir de agora é decisivo. Cada atitude, cada gesto precisam ser bem calculados. A vitória de Lula está praticamente assegurada e pode acontecer já em primeiro turno. É só se manter vigilante. Tanto me parece uma certeza que, há duas semanas, em uma conversa com um pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, ouvi que no Estado Lula está disparado na frente, ganhando inclusive em Santa Cruz. Não existe sinal mais claro que a estrela vai brilhar no céu de todas e de todos com a opinião dos santa-cruzenses que votaram em massa em Jair Bolsonaro, virarem o jogo e ficarem ao lado do campo progressista.
Por falar em estrela, lembro daquela que guiou os reis magos até a manjedoura onde nasceu Jesus, um cidadão que veio ao mundo para oferecer mais justiça, igualdade, direitos e deveres para pobres e ricos. Jesus é o retrato da esperança. Reinou vivo por poucos anos, mas seus feitos repercutem até os dias de hoje.
Aos que me acompanham por aqui, desejo um Natal repleto de realizações e que a estrela da esperança brilhe para nós em 2022.–