Ricardo Gais
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Foi realizada pelo Comitê Pardo, no dia 14 de dezembro, a primeira Reunião Extraordinária do ano, que ocorreu de forma virtual. O objetivo foi debater temas referenter ao manancial da região, com destaque à qualidade da água da Bacia do Pardo. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) participou da conversa, pois é a responsável pelo monitoramento da qualidade das águas no Rio Grande do Sul. Foram apresentados dados do monitoramento de qualidade da água do período de 2017 a 2020, que conta com seis estações no trecho do rio Pardo.
A presidente do Comitê Pardo, Valéria Borges Vaz, disse que durante a reunião a Fepam apresentou a análise dos resultados dos parâmetros físico-químicos, microbiológicos, biológicos e nutrientes presentes na água. Conforme ela, a atual situação da qualidade da água da Bacia Hidrográfica da região não é boa. “Os dados apresentados para os pontos monitorados resultam que as águas da Bacia do Pardo se encontram, na maioria das estações, em estado crítico, ou seja, qualidade ruim”. Esses resultados, conforme os técnicos da Fepam, são oriundos do esgoto doméstico, atividades agrícolas e pecuárias e erosão do solo, o que ocasiona uma presença maior de substâncias como Fósforo Total e Turbidez nos mananciais de água doce.
Para melhorar a qualidade das águas da região, o Comitê Pardo tem feito o acompanhamento da chamada pública e contratação de empresa para a recuperação de um trecho do rio Pardinho. Também iniciou atividades da gestão integrada do rio Pardinho, continuidade do monitoramento da governança das águas, participação ativa no Sistema Estadual e Nacional de Recursos Hídricos, apoio ao Programa Protetor das Águas Vera Cruz (PSA), programas de proteção de nascentes e campanhas de educação ambiental como “O rio Pardinho começa aqui” e “Juntos pela Bacia do Pardo”.
A previsão de estiagem para os próximos meses no Vale do Rio Pardo começa a preocupar o Comitê. Conforme Valéria, o prolongamento do período de estiagem causa sérias consequências para os mais diversos usos na Bacia, em especial ao abastecimento, dessedentação animal, agricultura e pecuária. “A busca de ações que deem garantia de segurança hídrica na Bacia é uma das pautas do Comitê Pardo, é onde focamos esforços para que as ações previstas no Plano da Bacia possam ser, de fato, executadas para que possamos minimizar os efeitos das estiagens e enchentes, agravadas pelas mudanças climáticas”, enfatizou.
Já para o ano de 2022, o Comitê Pardo irá dar segmento às ações iniciadas neste ano e focar no avanço de ações que auxiliem na melhoria da qualidade da água e segurança hídrica, com mobilização e captação de recursos para implementação do Plano Pardo, que corresponde ao processo de “Consolidação do Conhecimento sobre os Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio Pardo e Elaboração do Programa de Ações da Sub-Bacia do rio Pardinho”.