Durante o dia de ontem, apenas 40% da frota estava circulando, já à noite serviço voltou ao normal
Ricardo Gais
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O transporte público urbano vem sofrendo com a perda de usuários desde o início da pandemia de Covid-19. As problemáticas deste meio de transporte ocorrem por todo o País e essa situação não é diferente em Santa Cruz do Sul. Com isso, foram reduzidos os horários de algumas linhas, funcionários demitidos e o parcelamento dos salários. Tal situação se reflete ainda neste ano, quando as situações citadas não foram resolvidas e o número de passageiros volta a crescer lentamente com a melhora no cenário da pandemia.
A mobilização que teve início na última terça-feira, 9, ganhou força na manhã de ontem, 16. Próximo ao pórtico do Parque da Oktoberfest, motoristas e cobradores cruzaram os braços e estenderam cartazes como forma de protesto e reivindicação dos direitos. Conforme um dos representantes da comissão de mobilização, Gerson Luís da Silva, os principais pontos são: a reposição salarial de 12% baseado na inflação, o fim do salário parcelado, valealimentação unanime e a reposição dos cobradores. “Apenas os funcionários da TC Catedral ganham o vale-alimentação e os nossos colegas da Stadtbus não, queremos uma unanimidade” criticou.
Durante a mobilização, Gerson citou que é necessária a contratação de cobradores, pois alguns motoristas estão fazendo os dois trabalhos, o que prejudica a qualidade do serviço. “O motorista tem que fazer as duas funções e isso é ilegal. Ele não pode descer do ônibus para colocar um cadeirante, por exemplo”.
Nessa terça-feira, apenas 40% da frota dos ônibus da TCS estava rodando. “A gente não queria deixar os usuários assim, queríamos estar trabalhando, mas temos que chegar a esse ponto e batalhar pelos nossos direitos”, frisou Gerson.
Com objetivo de entrar em um acordo e finalizar a greve, a prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany, realizou uma reunião no Palacinho da Prefeitura com o procurador geral do Município, Ricardo Scherer, o promotor de Defesa Comunitária Érico Fernando Barin, os representantes do Consórcio TCS, Lucas Lopes e Vanderlei Cassol e a comissão independente que representa os trabalhadores do transporte Público e seu advogado Leandro Leopoldo, que entraram em um acordo e firmaram o término da greve.
O acordo prevê a concessão de reajuste de 5,4% retroativo de janeiro a outubro de 2021 mediante abono de indenização em duas parcelas; a concessão de reajuste de 6% a contar do mês de novembro de 2021; não será descontado o dia de paralisação dos funcionários que participaram da greve e serão incluídos representantes dos funcionários nas negociações futuras junto ao Município, Ministério Público, Agerst e Consórcio TCS.
Conforme o Executivo Municipal, a greve foi encerrada ainda na noite de ontem e já nesta quarta-feira, 17, o transporte público urbano circula de forma normal.