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Meninas do campo dão o seu recado

As participantes receberam seus certificados no dia 4 de novembro, foi a quinta edição do “Programa Nós por Elas – A voz feminina do campo” – Junio Nunes

As reflexões e pesquisas de quatro jovens adolescentes que vivem em localidades rurais deram origem aos boletins de rádio que agora começam a ser divulgados nas programações de rádio de entidades parceiras e no site do Instituto Crescer Legal. É possível ouvir as matérias nas vozes de Hayssa Nathália da Silva Severo, de Sinimbu (RS); Janaina Isabel da Cruz, de Vale do Sol (RS); Luana Schmidt Jochims, de Passo do Sobrado (RS); e Suzan Gabrielle da Mota Thomas, de Vera Cruz (RS).

Elas fazem parte da quinta edição do “Programa Nós por Elas – A voz feminina do campo”, que oportuniza às egressas do “Programa de Aprendizagem Profissional Rural” do instituto continuarem o seu aprimoramento pessoal, através de aprendizados relacionados à produção e gravação de programas de rádio e de reflexões sobre a condição feminina do campo. Os boletins têm como temas a mulher nos espaços de decisão, violência psicológica contra a mulher, e a mulher e o envelhecimento. Entre agosto e outubro, elas realizaram atividades de pesquisas, sendo parte dos estudos e coleta de informações realizados nas suas comunidades e parte em encontros presenciais com profissionais do curso de Comunicação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

As participantes do “Nós por Elas” receberam seus certificados no dia 4 de novembro, entregues pelo diretor presidente do Instituto Crescer Legal, Iro Schünke, e pela reitora da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer. Para Schünke, o “Nós por Elas” é uma das ações do instituto que visam dar oportunidades para que as jovens cresçam, se desenvolvam e vislumbrem as oportunidades de construir seu futuro, além de falar em nome das suas comunidades e das mulheres do campo. “As meninas surpreendem com habilidade e desenvoltura na comunicação por rádio”, elogiou.

E a reitora Carmen Lúcia acrescentou que as garotas aprendem sobre relacionamento interpessoal, a trabalhar em grupo e convivem no ambiente da universidade. “Que as meninas do ‘Nós por Elas’ de 2021 sejam inspiração para outras que possam se inscrever para a edição do próximo ano”, enfatizou.

Para as meninas, receber o certificado representou a confirmação de que estão preparadas para falar em nome das mulheres do campo. Luana Jochims disse que os aprendizados foram importantes, especialmente sobre a história da mulher na humanidade. Janaina da Cruz enfatizou as amizades construídas. Suzan Thomas comentou que foi gratificante perceber a importância de um bom relacionamento interpessoal. E Hayssa Severo lembrou da importância de levar conhecimento para as comunidades de uma forma simples. Já a educadora social Maria da Graça Vieira salientou que é um privilégio perceber as meninas indo além.

OPORTUNIDADES DE TRANSFORMAR

Segundo a gerente do Instituto Crescer Legal, Nádia Solf, o “Programa Nós por Elas” está consolidado como uma excelente oportunidade para que as meninas egressas do “Programa de Aprendizagem” ampliem seus conhecimentos. “Em discussões conduzidas pela educadora social, há o aprofundamento de temas relevantes para o universo das meninas, com abordagem a respeito de questões relacionadas à mulher do campo, além de discutir maneiras de contribuir para a comunidade, para que algumas realidades que não são tão positivas possam ser transformadas a partir da atitude das próprias meninas e de todas as pessoas que vão ouvir esses programas de rádio”, diz.

A gerente do instituto lembra também que a expertise dos profissionais da área de comunicação da Unisc é fundamental para os resultados positivos. “Isso enriquece, tanto no aprendizado das meninas participantes a cada ano, como também garante a qualidade do material produzido”, explica. “E as parcerias como a Afubra, os sindicatos dos trabalhadores rurais e os sindicatos rurais que multiplicam o conteúdo produzido pelas meninas através das grandes audiências dos seus programas de rádio”, acrescenta. “Em avaliação que fizemos em 2020 com esses parceiros, tivemos a felicidade de identificar que para essas instituições também é relevante e positivo contar com o conteúdo produzido pelas meninas”, comemora.