A chegada de um filho (a) costuma ser um momento muito esperado e que traz mudanças significativas na vida de qualquer pessoa. Por isso, estar presente e poder se dedicar a esse novo integrante da família em seus primeiros meses de vida é tão importante. No Brasil, as mães possuem esse direito assegurado pela Constituição Federal desde 1988. Mas e os pais? Segundo uma pesquisa do Promundo de 2019, eles querem participar mais da criação dos filhos. Paralelo a isso, apenas 71% das empresas concedem cinco dias de licença-paternidade para seus colaboradores, o mínimo exigido pela lei brasileira.
Renan Vianna, técnico de segurança na Japan Tobacco International (JTI), comemora a oportunidade de acompanhar a esposa e a filha no primeiro mês de vida, sem se preocupar com o trabalho. “Eu senti a necessidade de ter a licença estendida (28 dias) na pele, uma vez que minha esposa, nos primeiros dias de vida de nossa filha, teve um problema de saúde. Como eu estava em licença, consegui ajudar muito nesse momento. Foi muito benéfico”, conta Renan.
Ele foi um dos primeiros colaboradores a usufruirem da nova política de licença-família da JTI, em vigor desde janeiro de 2021, contando com um período estendido de licença remunerada. “Para mim é muito gratificante trabalhar em uma empresa que propõe esse benefício a seus colaboradores. Poder estar próximo de minha família, poder dar carinho e atenção à minha filha neste início da vida foi muito bom. Trocar as fraldas, dar banho e cuidar dela foram momentos muito importantes. Poder mostrar para minha filha o quanto ela é amada e quão esperada ela foi estando presente nestes primeiros dias. Agradeço muito à política que a JTI adotou. Tenho certeza de que muitos pais irão usufruir e muito”, destaca Renan.
Sem distinção
A licença-família da JTI institui 20 semanas de licença remunerada, independentemente de gênero, orientação sexual ou forma como os colaboradores se tornaram pais (gravidez, adoção ou barriga solidária). Para assegurar um processo de implementação tranquilo e a utilização adequada dos benefícios, ela está sendo realizada em fases. Neste primeiro momento, a licença-paternidade é de quatro semanas (28 dias) e para as mães de 120 dias. Nos casos de casais LGBTs, é definido o cuidador primário, que tem direito à licença de 20 semanas, e o cuidador secundário usufrui da licença de quatro semanas.
A partir de 2023, esse período passará a ser de 20 semanas (140 dias) a todos os colaboradores. Desta forma, a empresa espera reforçar que se tornar pai ou mãe não representa um obstáculo para a carreira, e que ambos têm responsabilidades nos cuidados com os filhos.
“Com a nova política de licença-familia esperamos mudar os estigmas que existem sobre os homens e mulheres que se afastam do trabalho para se dedicar às suas famílias. Além disso, a JTI reforça seu apoio e acolhimento a todos os pais, bem como suas escolhas e estilos de vida. Assim, reafirmamos nosso compromisso autêntico em nossa filosofia progressiva de diversidade e inclusão”, afirma Thiago Dotto, diretor de Pessoas & Cultura da JTI.
A participação direta dos pais na vida dos recém-nascidos nos primeiros dias de vida tem importância significativa na criação de vínculo emocional com a criança e aprendizado, além de representar um apoio emocional à mãe.
Para a organização, também se observa benefícios ao adotar a licença estendida. “Percebemos um maior engajamento e proatividade dos colaboradores na busca por melhores resultados, pois ao cuidarmos do bem-estar de nossas pessoas, contribuímos para equipes mais motivadas, com vontade de fazer acontecer e ainda contribuímos para a retenção de nossos talentos”.
Licenças-paternidade em números no Brasil
- 71% das empresas dão apenas cinco dias de licença-paternidade para seus colaboradores, o mínimo exigido pela lei brasileira.
- Entre as entrevistadas, 13% cedem 20 dias aos pais e apenas 1% garantem mais de dois meses de benefício.
- 92,6% das mulheres realizam tarefas domésticas não remuneradas, contra 78,7% dos homens.
- 68,3% das empresas não oferecem qualquer tipo de programa ou ação voltada para a jornada da paternidade.
- Apenas 41% dos homens estavam na sala de parto no momento do nascimento. Quando questionados porque não estavam ao lado da parceira durante o momento do parto, 24% em 2013 e 31% em 2016 afirmaram que o serviço de saúde não permitiu.
- A pesquisa telefônica “Saúde do Homem e Paternidade” (CNSH e Ouvidoria do Ministério da Saúde), de 2016, apontou que 48,9% dos entrevistados haviam usufruído da licença-paternidade e 50,6%, não.
(Informações extraídas do estudo “Os Efeitos da Licença-Maternidade e Paternidade no Mercado de Trabalho” do TalensesGroup em parceria com a Filhos no Currículo e do relatório promundo de paternidade do Brasil de 2020).