A Procuradoria-Geral da República (PGR) retirou nesta quinta-feira, 14, a imunidade penal do dono da empresa JBS, o empresário Joesley Batista, e do executivo Ricardo Saud, ambos presos temporariamente em Brasília. O prazo da prisão temporária encerra nesta sexta-feira, 15.
Segundo informações do jornal “Folha de São Paulo”, os delatores da JBS serão denunciados juntamente com o presidente Michel Temer (PMDB). Joesley teria omitido informações em sua delação à PGR, e por isso o acordo de imunidade penal foi retirado.
Entre os dados não revelados por Joesley, estaria o fato de que sua empresa recebia auxílio do ex-Procurador da República Marcelo Miller enquanto ele ainda atuava no Ministério Público Federal (MPF). Após ser exonerado, Miller foi contratado pelo escritório que negociou o acordo de leniência com a justiça, que amenizava a pena dos delatores. O ex-procurador nega os crimes.
Já a nova denúncia contra o presidente Michel Temer foi finalizada na quarta-feira, 13. Com a delação da JBS sob suspeita, a base aliada do presidente acredita que será ainda mais fácil barrar uma nova acusação contra Temer, com ainda mais apoio em relação a acusação anterior, de corrupção passiva, onde o ex-vice de Dilma foi vitorioso nos plenários da Câmara e do Senado.
Apesar disso, a presidência espera que aumentem os pedidos de cargos no governo e liberação de emendas parlamentares a partir de partidos que estão dando apoio para impossibilitar a acusação.
O relatório enviado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal que servirá de apoio para a nova denúncia de corrupção contra o presidente conclui que existem evidências que Michel Temer recebeu indevidamente o valor de R$ 31,5 milhões em propinas para ele e diversos aliados. O grupo foi apelidade pela PF de “Quadrilhão do PMDB”, e inclui os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da República, além dos ex-deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Henrique Alves.
Segundo a PF, Temer era o líder da quadrilha. A conclusão da polícia enviada ao STF cita uma série de valores provenientes de corrupção que teriam sido repassados ao presidente: R$ 500 mil que foram repassados ao deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-secretário de Temer, R$ 10 milhões em repasse da empresa Odebrecht, R$ 20 milhões relativos a um contrato com entre as empresas Odebrecht e Petrobrás, e R$ 1 milhão repassado ao Grupo J&F, controlador da JBS.