Ricardo Gais
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O mais novo livro do escritor Gilmar Fernando Weis já está disponível aos leitores. A obra busca contar e retratar a história de sucesso do “Projeto Cestinha”, criado por ele em Santa Cruz do Sul, que visou socializar a comunidade das periferias do Município através do basquete.
Com o título “Corpo, Mente e Sociedade”, a obra é uma trajetória integrativa no basquetebol universitário, retratada em 179 páginas, dividida em 11 capítulos com gravuras ilustrativas. O título da Editora Catarse, impresso pela gráfica Pallotti, possui 300 exemplares que já estão à venda diretamente com o autor do livro, através do telefone (51) 9 9991-3074.
Em entrevista ao Riovale Jornal, Gilmar começou contando que escreveu o livro durante este período de pandemia. “Foi muito fácil para mim escrever, pois tenho todos os dados registrados. Aproveitei o período que não pude trabalhar devido à pandemia para escrever está obra, que agora está finalizada”.
“Eu criei esse projeto há 19 anos, e é um projeto que aconteceu em um momento em que o Corinthians tinha fechado as portas das categorias de base. Então conseguimos um patrocínio do Sesi e da Unisc feito através do Flávio Hass, que na época era diretor de uma indústria, mas fez parte do comitê do Sesi, e o reitor da Unisc na época, Luiz Augusto Campis, que pediu para que se fizesse um projeto de basquete e eu fiz. O projeto tinha dois intuitos: o social e federado, em que os meninos que se destacavam no social iam para competições. No início era uma equipe, e com o tempo tivemos que ampliar o número de categorias”, relembrou o escritor.
No livro, o leitor também terá a oportunidade de conferir toda a trajetória do projeto, como foi feito, onde ocorreu, os patrocínios conquistados, como foi a inserção dos bairros e quem trouxe o basquete para Santa Cruz. “Pagávamos passagens de ônibus, dávamos tênis para as crianças, porque o tênis representa, no basquete, um status, sendo que algumas crianças não possuíam um calçado adequado e podiam ser motivos de bullying. No livro também conto como os atletas foram para o exterior e para a seleção brasileira”, antecipou Gilmar.
O escritor relembrou dos tempos em que o “Cestinha” participava das competições Sul-Americanas, quando foi campeão, e dos jogos estaduais. “Com o passar dos anos, as equipes não tinham mais fôlego, e os custos eram muito altos”, sublinhou. “Os atletas que disputam hoje com a União Corinthians são crias do Cestinha”.
Nas páginas da obra é possível saber como foi o momento mais trágico do projeto, no qual um menino de dez anos faleceu durante uma partida em Novo Hamburgo. “Foi o momento em que achei que o projeto iria acabar, mas não, pelo contrário, o projeto pegou mais credibilidade pela forma em que o assunto foi tratado”.
O “Cestinha” iniciou com 170 crianças, e ao longo do tempo atingiu mais de mil. “Foi um projeto vitorioso por tudo que ele trouxe, e o mais importante, nunca foi a formação de jogadores, pois a ideia inicial era fazer com que o basquete fosse inserido em Santa Cruz com a participação dos bairros. No início do projeto nós não podíamos ir aos bairros e colocar todas as crianças no mesmo ônibus, porque elas brigavam, mas com o caminhar dos trabalhos as crianças se enturmaram. “Isso para mim é mais importante do que se tornar um jogador”, enfatizou.