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Quando o exercício físico é o melhor remédio

Personal Trainer encontrou no esporte a cura para doença que o acompanhou durante parte da vida

Diego Dettenborn

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Mais do que apenas a beleza do corpo, aparência e estética. O exercício físico é atualmente principal ferramenta para quem busca a manutenção da saúde. Seja em academias especializadas, em pistas de corrida ou em qualquer mínimo espaço com possibilidade da prática esportiva, exercitar-se atualmente não é apenas vaidade, é sobrevivência. E foi, justamente, através do esporte que o santa-cruzense Rodrigo Costa mudou sua vida. Diagnosticado ainda na maternidade com Síndrome de Crupe, ele encontrou a cura da doença respiratória, na prática do exercício físico. Muito além de vocação, o personal trainer, que escolheu seguir a carreira em função da experiência vivida, hoje atribui o fato de estar vivo, exclusivamente ao esporte.

Idas e vindas ao hospital, tratamentos intensivos e caixas de remédios empilhadas. Nem todas as possibilidades que a medicina ofertava naquela época foram suficientes, e a doença seguiu como fiel acompanhante durante toda infância e adolescência. Foi então que, aos 18 anos, ao ser integrado ao serviço militar, tudo mudou. “Asma, bronquite, pneumonia, sinusite, tive de tudo, e, todo tratamento era paliativo, nunca resolveu de fato. No quartel, em Santa Maria, foi que comecei a correr e a fazer treinamento militar. Dali em diante comecei a respirar como eu nunca havia respirado antes. Claro que foi difícil porque toda vez que corria, eu passava mal, tinha falta de ar. Só que à medida que fui forçando a corrida, fui fazendo meu aparelho respiratório amadurecer à força. Foi o que me curou”, conta Costa.

Bicicleta, corrida, musculação, luta e por aí vai. Quando a confirmação vivida na pele de que o esporte poderia ser a salvação para mais pessoas, o santa-cruzense buscou formação e experiência, além de diversos cursos especializados. Após o quartel, 25 anos se passaram, e durante todo esse tempo Costa estudou e aperfeiçoou sua técnica. “A saúde é muito voltada para o ambiente hospitalar, lembramos da saúde mesmo só quando ela nos falta, quando a pessoa fica doente. Precisamos falar de saúde preventiva inclusive em tempos de pandemia, quando falamos em comorbidade que na verdade é a falta da saúde. Situações como essas podem ser monitoradas e melhoradas justamente através do exercício físico”.

Pandemia

Os desafios que a pandemia trouxe, como a falta de trabalho, quebra de rotina, limitação ao entretenimento, aos locais de lazer, acabaram desestabilizando não somente atletas, mas a sociedade de forma geral. Neste sentido, Rodrigo ressalta a importância da prática de exercício físico de forma regular. “O exercício favorece não somente a parte física, mas mental. Pessoas que praticam exercício, que se alimentam bem, que têm uma boa noite de sono, estão longe dos fatores de risco. As tecnologias que as pessoas hoje em dia usam em excesso causam prejuízos, neste sentido devemos estar atentos”.

Atuando como personal trainer, o profissional explica que divide-se, basicamente, em quatro, os modelos de treinamentos aplicados na musculação: Funcional; que é voltada à recuperação física e a manutenção das funções do corpo. Esportivo; voltado a atletas que buscam desempenho e rendimento para competição. Estético; voltado à aparência. Recreativo; que é direcionado às pessoas que buscam a atividade como forma de desacelerar a rotina do dia a dia.

Embora o avanço da medicina na área da saúde e tecnologia, o dia a dia, sobretudo em tempos de pandemia, tem se tornado um verdadeiro caos coletivo. Emocionalmente, boa parte da sociedade vive em colapso, dividindo o tempo entre trabalho e formas de diversão que muitas vezes surgem para amenizar o estresse da rotina, porém, como uma espécie de compensação. Má alimentação, tabagismo e sedentarismo desenham o padrão atual neste início de década. Rodrigo faz um alerta sobre o estilo de vida atual.  “Muitas pessoas relutam para investir em prevenção na saúde, pagar um profissional para fazer o acompanhamento em uma academia. Se não investir em saúde, vai ter que pagar depois com a doença, pois o processo de envelhecimento atinge a todos, ninguém escapa disso e nós podemos retardar esse envelhecimento se investirmos em saúde e não deixar somente para lembrar da saúde quando ela estiver faltando”. Ele ainda comenta: “O exercício físico pra mim é tudo, eu posso dizer que é tudo de fato, porque se não fosse isso eu não estaria vivo. A atividade salvou minha vida e hoje mantém minha saúde em dia”.

Rodrigo: “O exercício físico pra mim é tudo, porque se não fosse isso eu não estaria vivo”
Foto: Diego Dettenborn

Como começar?

Segundo o personal trainer, para iniciar ou retomar a prática do exercício físico com a finalidade de manutenção da saúde é necessário dividir em dois o processo. Primeiro, a compreensão, depois, a construção. Compreensão: Para as pessoas poderem construir um corpo melhor, mais saudável, é preciso entender e estar convencido da necessidade disso. O ser humano, na origem, foi criado com estrutura para economizar energia que seria necessária para uso ou em luta ou em fuga, na vida selvagem. Caçar para se alimentar ou fugir de predadores era, literalmente, questão de vida ou morte. Porém, hoje em dia tudo está ao nosso alcance. Tendo essa compreensão, entender que o exercício físico não é algo a mais, mas sim algo fundamental, pois estamos simplesmente compensando a falta de atividade que temos no mundo moderno, é o início da mudança. “Todos ser humano do mundo moderno é considerado sedentário, e não estou falando daquela pessoa que fica por 10 horas ou mais sentado. Por mais que a pessoa faça alguma atividade, essa atividade não é o mínimo que o ser humano foi feito para fazer diariamente”, explica Rodrigo. Construção: O segundo passo aponta para a iniciação em si, ou seja, a construção. “Procurar um profissional que faça o acompanhamento, não adianta sair do zero, tem que ir passo a passo. Com calma e com cuidado, buscar um bom profissional que seja especialista naquilo que a pessoa procura. Ir à frente com orientação profissional e buscar um espaço específico também ajuda e melhora os resultados, mas se não tiver essa condição, pelo menos sair para caminhar, correr, realizar passeios e lazeres mais ativos, como, por exemplo, jogar bola com o filho, subir um morro, fazer uma caminhada. Enfim, as atividades de lazer também podem somar e acrescentar, basta disposição e disciplina”, finaliza Costa.