LUANA CIECELSKI
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A política esteve sempre presente, de uma forma ou de outra na vida de Marco Schorner, candidato a vice-prefeito de Santa Cruz do Sul pelo Partido dos Trabalhadores (PT), ao lado de Gerri Machado (PT). Nos tempos de menino, ele lembra, seu pai, que era um simpatizante da Arena pedia que ele lesse as reportagens dos jornais para ele, especialmente as de política, e aquilo já lhe chamava a atenção. Aos poucos, um senso crítico foi se criando e anos depois, quando Marco se deu conta, ele já era presidente do Grêmio Estudantil de sua escola, no município de Julio de Castilhos, onde nasceu e se criou.
Foi alguns anos mais tarde, no entanto, que a política entrou na sua vida com força total. Era fim da década de 1970, e Marco já casado e com um filho pequeno, morando no município de Agudo, onde trabalhava no negócio de um irmão, prestou concurso para a Companhia Rio-Grandense de Saneamento e passou. Logo assumiu o cargo e não demorou muito para que se aproximasse do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua).
Em meados de 1982, porém, uma oportunidade surgiu quando Marco se destacou em um concurso interno que a Corsan costumava realizar na época. Esse destaque lhe proporcionou uma promoção. A promoção, no entanto, não podia acontecer em Agudo, pois lá o cargo não existia. Ele precisou escolher um município para onde se mudar se quisesse conquistar o cargo. Foi o irmão quem disse, Marco lembra, que não hesitasse e escolhesse Santa Cruz. Ele aceitou o conselho e veio para cá.
Aqui Marco acabou criando os filhos, e para complementar a renda, nas horas em que não estava cumprindo sua escala dentro da companhia de saneamento, trabalhou em diversos empregos alternativos que foram desde pintor de casas a dono de lancheria. Aqui também se aproximou ainda mais do sindicato e conta que chegou a participar de importantes movimentos que aconteceram em todo o estado. Vivia-se então o fim da ditadura e uma fase de efervescência política. A filiação no Partido dos Trabalhadores, na década de 1990, foi uma consequência dessa sua trajetória.
Desde então, Marco passou a atuar em coordenações de campanhas políticas, e sabia desde meados de 2015 que atuaria na coordenação da campanha de Gerri Machado que estava se colocando a disposição do partido para ser candidato. O próprio Gerri o chamou, porque sabia de sua experiência coordenando campanhas em nível municipal e estadual. Com o passar do tempo e das discussões a respeito de política, Marco e Gerri que antes só se conheciam de vista e de convivências políticas, se aproximaram.
A primeira ideia, Marco conta, era a de convidar uma mulher para compor a chapa, porque eles queriam uma representação feminina. “Trabalhamos um bom tempo procurando uma companheira que viesse somar e que tivesse a disponibilidade. Por variados motivos, no entanto, nenhum dos nomes que nós pensamos conseguiria integrar a chapa. Então meu nome começou a ventilar com mais força dentro das conversas”.
Até então não havia concorrido a nada porque nunca gostou de misturar seu trabalho com política. “Eu fazia política, mas não me envolvia diretamente com ela”. Desde 2012, no entanto, está aposentado e sentiu que esse era um bom momento para aceitar o convite de Gerri quando ele veio. “Me deram várias razões para colocar o meu nome na chapa e eu acabei aceitando, mesmo preferindo que fosse uma mulher na minha posição”.
Diante desses fatos Marco, hoje com 59 anos, casado pela segunda vez, pai de dois filhos e de uma enteada e avô de um neto, busca a eleição e garante que quer trabalhar pelo povo. “O gestor público tem que pensar muita na população. E a grande maioria das pessoas do nosso país como um todo, e isso inclui nossas cidades, faz parte de um grupo que ainda se enquadra em um nível de pobreza, com baixas rendas e grandes dificuldades. E acho que os gestores públicos sempre precisam ter isso em mente, e precisam trabalhar principalmente por essas pessoas. As pessoas precisam de gestores que vão ao encontro das necessidades delas”, aponta.
Além disso, como vice, garante que será um soldado. “O que é um soldado? Aquela pessoa em quem o governante pode confiar. Que ele sabe que vai cumprir todas as tarefas possíveis”. Acredita também que ele e Gerri podem fazer uma administração diferenciada daquela que vem sendo feita, e que o fato de ele e Gerri não serem daqui, inclusive pode ser um ponto a favor. “Uma grande parcela das pessoas que moram em Santa Cruz hoje vieram de fora. De outros municípios da região e do Estado. Alguns vieram para estudar, outros vieram, assim como eu e o Gerri, para trabalhar. Então nós temos essa mesma experiência. A gente passou pela mesma coisa. A gente se apegou a essa cidade da mesma forma e fomos acolhidos exatamente do mesmo jeito e sabemos o tipo de cidade que essas pessoas, assim como todas as outras, querem para viver”. Marco considera que essa característica, antes de afastar, cria um elo com a população. “Então superamos isso. Já nem pensamos nisso”.