Em todos os setores da economia, de alguma forma, a pandemia trouxe complicações. A indústria de Santa Cruz do Sul teve um impacto muito forte no início, o que gerou muitas incertezas, demissões e replanejamentos dos orçamentos no âmbito das receitas e despesas. “Graças a Deus, logo em seguida, a indústria daqui e da região retomou as atividades muito forte e realmente teve um desempenho acima do normal gerando, inclusive, mais contratações do que tínhamos antes da pandemia. A indústria absorveu parte da mão de obra que, eventualmente, impactou o comércio, serviços e demais setores. Mas, existem alguns que sofreram, e estão sofrendo, com este período da Covid-19. Todos tiveram que se adaptar”, explica o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), Gabriel Borba.
Conforme Borba, a questão de crédito para o setor também sofreu consequências. “O setor bancário acabou por investir nas grandes empresas, mesmo com as taxas de juros em declínio na época aumentou a margem para o setor. Isso para que as indústrias não caíssem. O custo final ficou o mesmo, mas como a captação para os bancos estava menor, a margem do agente bancário foi maior, assim focaram na parte industrial”.
Uma cidade pujante através da indústria e com prosperidade. “Sabemos que as empresas são grandes recolhedoras de impostos, que volta para o Município e vira sinônimo de desenvolvimento. São geradoras de empregos, auxiliam a comunidade e estando fortes se tornam muito importantes para a cidade”.
Borba explica que a ACI, enquanto entidade representativa, realiza diversas parcerias com as indústrias. “São engajadas em várias ações da Associação, através de eventos e cursos de formações, além de manterem as mensalidades, fortalecendo assim todo o setor empresarial que, querendo ou não, gera prosperidade para todos, mais empresas e crescimento. Estamos atuando fortemente para que o setor não pare e neste âmbito tivemos um bom suporte, tanto da administração municipal anterior quanto da atual, e também dos governos estadual e federal, que entenderam que durante a pandemia o setor não poderia parar. São várias linhas de produção, inclusive com cerca de quatro turnos”.
Grandes desafios futuros perfazem o desenvolvimento industrial. Segundo o presidente da ACI, muitas querem expandir e esbarram em algumas burocracias que às vezes demoram e assim fica um pouco estagnado o crescimento. “Existem entraves com as questões dos tributos, que talvez para as pequenas empresas seja mais fácil porque têm a opção pelo Simples Nacional e isenção de impostos. Para as indústrias têm impostos como IPI, ICMS, PIS, Cofins, Lucro Real, que são complexos. Este é o grande desafio que se discute a nível federal, a reforma tributária que voltou ao debate e se torna necessário descomplicar. Vemos isso com bons olhos, desde que as cargas tributárias não aumentem e que realmente auxiliem o setor empresarial a empreender e crescer”.
O investimento em infraestrutura também foi destacado por Borba. “Tem que haver melhora nos meios de transporte. Realmente precisamos destravar esta questão no Brasil, que poderia potencializar e muito a economia do nosso Município, Estado e País. E esperamos que os picos de pandemia não venham mais. Apostamos nos próximos 12 meses em um grande avanço na economia brasileira, principalmente puxada pelo agronegócio e atuação das empresas”, finaliza.
Texto: Ana Souza