Ricardo Gais
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A fruta característica do Rio Grande do Sul e muito apreciada nesta época do ano já se encontra nos pomares da região. A tangerina, ou melhor, a bergamota, como é popularmente chamada na região Sul, é um atrativo a mais para dar aquela “lagarteada” no sol e apreciar o gosto doce da fruta, que apesar de muitas pessoas não gostarem do cheiro que ela deixa nas mãos, é sempre uma boa opção para curtir as baixas temperaturas.
Nos quatro hectares de pomar da propriedade de José Valdir Huberto Etges, de 64 anos, na localidade de Travessa Kipper, interior de Santa Cruz do Sul, a expetativa para colheita da safra deste ano é de 15 toneladas, nos mais de dois mil pés frutíferos, que também contam com pomares de laranja.
Etges conta que iniciou a cultura das frutas no ano 2000, após parar de plantar o tabaco. “Agora eu trabalho com bergamotas, laranjas e também hortaliças, tudo totalmente de forma orgânica, e esse modo de vida me fez parar de plantar fumo. Hoje, minha renda vem totalmente desse cultivo e jamais vou pensar em pôr agrotóxicos no meu pomar”, enfatiza.
A lida nos pomares inicia às 7h30, com a colheita das frutas, e segue até o meio-dia. À tarde, Etges começa o preparo para a venda. “Eu peso elas e comercializo para supermercados da cidade, a CooperSanta, Ceasa Regional, para Vera Cruz e também vendo aqui em casa”, explica.
Na propriedade de Etges, a safra da bergamota tipo Satsuma iniciou em março e deve seguir até junho. Já as bergamotas Taquari (comum) e Ponkan devem se estender até início de novembro. “O clima este ano favoreceu muito, teve bastante dias com sol e pouca chuva, isso foi ótimo para a produção”, sublinha o produtor.
Conforme o técnico em Agropecuária da Emater, Vilson Piton, a expetativa para a safra deste ano é boa devido à alternância de produção. “Em uma safra produz muito e na próxima, a produção cai. Mas, a expectativa deste ano é de uma boa safra”, disse.
Piton explica que a alternância de produção é uma característica das bergamoteiras em geral, pois em um ano climático favorável ocorre uma grande produção e no ano seguinte, devido ao desgaste nutricional da planta, a produção é pequena. “Para regularizar essa alternância, será necessário realizar o raleio dos frutos ainda pequenos, para que nos próximos anos a produção seja regular”.
Segundo Pinton, neste ano devem se destacar as bergamotas Taquari, Ponkan e Montenegrina. “A Montenegrina deve se destacar, pois é plantada em maior quantidade e comercializada na época em que as demais variedades já terminaram. Ela deve ter produção até o mês de setembro”, pontua Piton.