Início Educação “O desafio é continuar caminhando, sem adoecer, física e psicologicamente”

“O desafio é continuar caminhando, sem adoecer, física e psicologicamente”

Professor Waldy Lau Filho conta como é passar pela pandemia em relação ao aprendizado e cuidados com a saúde

Luciana Mandler
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Não é novidade para ninguém que a rotina de professores, alunos e pais mudou desde que iniciou a pandemia de Covid-19. No entanto, o que não chega ao conhecimento da maioria é como de fato está sendo este desafio para os educadores e estudantes dentro de sala de aula, em que é preciso respeitar o distanciamento, e ainda, seguir todos os cuidados referentes à saúde. Desde março de 2020 foi necessário adaptar-se a distintos modelos de atendimentos aos alunos, segundo o professor de História do Ensino Médio do Colégio Mauá, Waldy Lau Filho. “E fomos todos nos adaptando, passo a passo, alunos e professores”, diz. “Um dos momentos mais importantes foi o retorno às aulas presenciais, ainda em setembro de 2020, para os alunos do Ensino Médio”, recorda.

No entanto, em 2021, novamente foi preciso retornar ao modelo de atendimento remoto, mas, desta vez já com a experiência do ano anterior. “Atualmente estamos nos readaptando ao atendimento presencial, com turmas reduzidas, com distanciamento entre alunos e classes escolares, e com todos os cuidados possíveis, ao mesmo tempo que respeitamos a opção dos alunos que ainda desejam permanecer com as aulas remotas”, sublinha. O professor Waldy prefere não denominar como “novo normal”. Entretanto, acredita que é um novo jeito de buscar algo que é muito importante em uma sala de aula, a conexão entre pessoas intermediada pelo processo de aprendizagem.

Mas além do desafio de ensinar, como amenizar os transtornos que o inverno causa (como gripe e dores de garganta), em um momento em que também há coronavírus, e é preciso manter salas de aula ainda mais arejadas? E para os professores, como cuidar para evitar uma irritação na garganta por falar mais alto e até mesmo resfriados em virtude do próprio inverno?

O professor Waldy explica que as salas de aulas no Colégio Mauá sempre foram bem arejadas, e sempre se teve o cuidado de deixar janelas abertas, para uma melhor ventilação, mesmo no mais rigoroso inverno. “Neste cenário, a voz precisa ser protegida, mais do que nunca”, reflete. “A experiência em sala de aula recomenda usar roupas não muito pesadas, mas que protejam principalmente a região do pescoço”, revela. “Talvez a grande questão seja aprender a projetar a voz, não em falar cada vez mais alto. Esta tarefa é mais complicada com o uso da máscara de proteção, mas estamos nos acostumando”, conclui.

A receita para proteger a garganta e a voz não é nova, pelo contrário, mas continua eficaz, segundo o profissional: “no inverno ou no verão, muita água em temperatura ambiente, evitar bebidas muito geladas ou muito quentes durante o turno de trabalho, proteger o sistema imunológico com muita vitamina C durante todo o ano”. Waldy completa: “no meu caso, não saio de casa sem minha dose diária de Extrato de Própolis. Enfim, para um professor, cuidar da garganta e da voz não é brincadeira, independentemente da estação do ano”.

Ao ser questionado sobre qual é o maior desafio neste momento de pandemia, em relação ao aprendizado e cuidados para evitar de ficar doente, o professor analisa que ainda se levará muito tempo para compreender realmente tudo o que já se passou e o que ainda está por vir. “De qualquer forma, penso que o maior desafio trazido pela pandemia em relação ao aprendizado é a necessidade de adaptação rápida, de alunos e professores, aos modelos possíveis de organização de uma aula, seja no virtual, seja no presencial, em meio a tanta insegurança, decretos, decisões judiciais e desencontros entre autoridades governamentais”, avalia.

E, ao mesmo tempo, conforme Waldy, com a necessidade de não perder o foco, de não desanimar, ou encontrar justificativas para o que não se conseguiu fazer. “O desafio permanente é continuar caminhando, sem adoecer, física e psicologicamente”, aponta. “Para isso, é fundamental continuar acreditando na escola, no potencial da educação, e, porque não, acreditando em um cenário melhor para todos. Um passo de cada vez, com calma, cuidando do presente, e sonhando com um futuro melhor”, finaliza.