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Novo modelo de monitoramento da pandemia será pelo Sistema 3As

Sistema mais flexível fará com que prefeituras sejam as protagonistas para ditar as restrições

Ricardo Gais
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Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Na tarde desta sexta-feira, 14, o novo sistema de monitoramento da pandemia de Covid-19, no Rio Grande do Sul, foi apresentado pelo governador Eduardo Leite, durante transmissão ao vivo pelas redes sociais. Esse novo modelo foi necessário devido ao distanciamento por bandeiras ter perdido sua credibilidade com as recentes mudanças e entraves entre o Governo do Estado e Tribunal de Justiça com a volta às aulas.

O antigo sistema, que completou um ano no último dia 11 de maio, classificava as 21 regiões Covid em bandeiras de riscos. Agora, essa forma deixa de existir e será substituída neste sábado, 15, por um sistema que dá mais autonomia aos municípios, chamado de “Sistema 3As de monitoramento”, monitorado pelo Grupo de Trabalho (GT) Saúde do Estado, que retira as limitações de horários para exercer qualquer atividade.

Eduardo Leite destacou que, apesar da redução de pacientes internados em leitos clínicos, o momento ainda é de atenção. “A mudança é necessária para aperfeiçoar o modelo de distanciamento, intensificar a participação dos municípios e aplicar novos padrões de monitoramento da vacinação”, disse. O sistema de gestão da pandemia se dará em torno dos 3As: Aviso, Alerta e Ação.

O “Aviso” será usado quando ocorrer uma tendência de aumento da propagação da Covid-19 nos municípios e regiões Covid – as 21 regiões já definidas continuarão para facilitar o monitoramento. Com isso, o GT Saúde do Comitê de Dados irá enviar avisos ao responsável técnico regional, para chamar a atenção de determinada região sobre a tendência de aumento ou estabilização da pandemia. Este monitoramento se dará através de boletins diários. No entanto, apesar do aviso do Estado, não será necessária a obrigação de uma resposta do Município nem troca de protocolos, mas a atenção deve ser intensificada.   

O “Alerta” será dado pelo GT Saúde ao Gabinete de Crise junto à região, para informar sobre um aumento expressivo da circulação do vírus. No entanto, a emissão desse alerta é opcional pelo Gabinete de Crise. Caso não ocorra o alerta, essa região permanece com monitoramento até a próxima reunião do GT Saúde. Caso emitido o alerta, o Estado parte para a etapa de ação.

A “Ação” acontece quando o Gabinete de Crise estipula um prazo de 48 horas para a região apresentar protocolos a serem tomados para diminuir a propagação do coronavírus. Após enviados pela região, o Gabinete de Crise irá avaliar e decidir se aprova ou não o plano de ação. Caso aprovado, imediatamente estará no site do Município, ao contrário, o próprio governo estadual poderá estipular restrições adicionais à região em alerta, através de reuniões com representantes dos municípios.

Monitoramento

O monitoramento será feito pela equipe técnica do GT Saúde, que acompanhará a velocidade da propagação do vírus caso confirmados óbitos, atendimento hospitalar e vacinação. Esses serão os fatores principais que constarão em boletins diários emitidos pelo Gabinete de Crise, para orientar as ações dos municípios.

O que fica obrigatório para ser seguido por cada Município é o uso de máscara, a ventilação cruzada nos ambientes, o distanciamento de dois metros, a busca ativa de trabalhadores com sintomas de Covid, além do controle de lotação nos locais, que deverão manter o álcool em gel e cartazes.

Para as atividades econômicas – antes organizadas em 143 grupos, agora em 42 – serão protocolos específicos nas regiões, de acordo com o entendimento dos prefeitos. Para que determinado protocolo seja validado, deve haver a aprovação de 2/3 dos municípios e os moldes de fiscalização devem estar no site de cada cidade. Na ausência de protocolos regionais entra em vigor os do Estado.

Em bares, restaurantes e similares fica vedada a permanência de clientes em pé durante o consumo e fica proibida a abertura de pistas de dança e similares. Sobre a ocupação, o governo estipulou a lotação máxima de 40% – cinco pessoas por mesa, mas essa lotação pode ser revista pelo Município e pode estipular um limite maior ou menor. Já a música ao vivo nesses locais fica permitida, mas deve ser som ambiente.

O novo sistema estra em vigor neste domingo, 16, e o decreto deve ser publicado na tarde deste sábado, 15.