Conhecer é vital, eleger-se o seu detentor é ilusão. Conhecer a falta de conhecimento demonstra sabedoria. Nos escritos de Carl Sandburg, novelista norte-americano, encontra-se: “o homem branco riscou na areia um círculo pequeno e falou ao pele vermelha: isto é o que os índios sabem. Depois, riscando um círculo maior em torno do pequeno, acrescentou: e isto é o que o branco sabe. O selvagem tomou o bastão e traçou um círculo ainda maior, abrangendo ambos os círculos, e disse: isto é o que branco e vermelho não sabem”.
Nas palavras de Freud (1856-1939) “sem conhecimento não há poder”, entende-se a diferença entre ignorar e saber. Age com maior propriedade aquele que tem mais informações e sabe manipulá-las. A experiência oferecida pela vida, variando na sua qualidade, torna-se a prudência pela qual decidimos os constantes dilemas de nosso cotidiano. Tudo se torna conhecimento, então, temos determinado poder sobre a vida conforme acessamos o saber. Contudo, deve ser somado um novo elemento a este conjunto dinâmico dos acontecimentos humanos: a humildade. Sem ela, perdemos o controle sobre o equilíbrio necessário para se adquirir e administrar o conhecimento, além de provocar a decorrente soberba. Na tentativa de se sobrepor aos outros, através do saber, o homem se julga detentor de uma enorme porção daquilo que desconhece. Triste tentativa. O sábio Sócrates (470-399 a.C.), com conhecimento acerca dos limites e da imperfeição humana, descreveu: “só sei que nada sei.”
Nas palavras de Carl Sandburg, encontra-se a sabedoria que devemos desenvolver na vida: a humildade do não-saber. Vivemos um tempo de esnobação e arrogância. O passado é esquecido como fonte do saber. Ainda há muito que se aprender.