Confirmado como novo ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy anunciou que o governo irá perseguir uma meta de superávit primário equivalente a 1,2% do PIB em 2015. Para os dois anos seguintes, a meta não será menor que 2%, informou Levy.
“Alcançar essas metas é fundamental para o aumento da confiança na economia brasileira e criará a base para a retomada do crescimento econômico e a consolidação dos avanços sociais, econômicos e institucionais realizados nos últimos 20 anos”, disse.
Levy concedeu nesta quinta-feira (27) sua primeira entrevista coletiva depois do anúncio da equipe econômica. também falaram o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa e o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini.
O ministro indicado da Fazenda reconheceu que a taxa de poupança no Brasil tem se mantido baixa e disse que, na medida em que mecanismos como as concessões de infraestrutura se expandirem, uma das prioridades da nova equipe deverá ser a elevação dessa taxa.
“O governo federal dará o exemplo, aumentando sua poupança, especificamente, o superávit primário, e contribuirá para que os outros entes da Federação, as empresas e as famílias sigam o mesmo caminho, tornando possível fortalecer nossa capacidade de investir e crescer”, afirmou.
“Nesse trabalho de ampliar e canalizar a poupança doméstica e externa, inclusive para a infraestrutura, o mercado de capitais terá um papel cada vez mais importante, complementando a ação do sistema bancário na alocação eficiente de recursos, de acordo com sua própria avaliação dos riscos e retorno de cada oportunidade de investimento, permitindo novas maneiras do País e das famílias construírem e se prepararem para um futuro melhor”, observou Levy.
Nelson Barbosa
Em sua fala, o futuro ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que sua gestão irá focar na geração de emprego, no cenário macroeconômico, na elevação do resultado primário do governo federal, na melhoria da eficiência do gasto público, na continuação dos diversos programas de governo, e na melhoria dos serviços públicos.
“Trabalharei em conjunto com os demais grupos para o crescimento da economia brasileira, com controle rigoroso da inflação, estabilidade fiscal e geração de emprego”, disse Barbosa.
O futuro ministro também afirmou que irá atuar no fortalecimento do Programa de Aceleração do Crescimento, do Minha Casa Minha Vida, das concessões e das parcerias público-privadas.
“Atuarei pela desburocratização, assumirei também a coordenação de investimentos do governo federal. Inclui tanto gasto direto, via OGU, como o PAC e o Minha Casa Minha Vida, como o programa de concessões e logísticas. Inclui ainda as PPPs, que procurarei desenvolver e ampliar nos próximos anos”, afirmou o futuro ministro.
Barbosa ainda reafirmou seu compromisso com o crescimento da renda per capta, com colaboração do setor privado e ressaltou que sua pasta estará sempre aberta ao diálogo.
“Por fim, gostaria de destacar que trabalharei em iniciativas para aumentar as taxas e o aumento mais rápido da renda per capita”, complementou o chefe do Planejamento.
Alexandre Tombini
Em sua fala, o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, reforçou que a “manutenção da estabilidade financeiro é um bem de estimado valor”.
Tombini ressaltou que o BCB tem se destacado por suas políticas voltadas à estabilidade financeira, principalmente após a crise de 2008. Segundo o presidente do BCB, nos últimos quatro anos foram promovidas políticas de fortalecimento e consolidação do sistema financeiro brasileiro, que reforçam a baixa exposição do sitema financeiro a riscos externos.
Alexandre também reforçou que vai trabalhar para que a inflação volte ao centro da meta, e para o realinhamento dos preços administrados em relação aos preços livres.
Sobre o programa de swap cambial, Tombini reforçou que a iniciativa tem obtido sucesso e que foram gastos US$ 100 bilhões equivalentes, menos de 30% da reserva de dólares do País.
Por fim, ao ressaltar a importância da política fiscal em relação à inflação, Tombini afirmou “que o fortalecimento da política fiscal, rigorosamente conduzido, deverá, ao longo do tempo, facilitar a convergência da inflação para 4,5% ao ano”.
Transição
Os atuais ministros Guido Mantega e Miriam Belchior permanecerão em seus cargos até que se conclua a transição e a formação das novas equipes de seus sucessores.
Fonte:
Portal Brasil