Início Política "2013 foi emblemático e desafiador", diz Schuch

"2013 foi emblemático e desafiador", diz Schuch

Everson Boeck
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Tradicionalmente, no mês de dezembro o deputado estadual Heitor Schuch (PSB) promove um almoço para a imprensa local e regional onde apresenta uma avaliação dos principais momentos do ano, tanto em desafios quanto em conquistas. O evento aconteceu ontem,9 de dezembro, no Restaurante Di Capri, em Santa Cruz do Sul. Dentre os principais apontamentos, o parlamentar ressaltou os reflexos das manifestaçõespopulares ocorridas em junho que, iniciadas em Porto Alegre, se espalharam pelo resto do Brasil, assustando muitos detentores dos poderes público e econômico e dos grandes meios de comunicação, também alvos de muitos protestos.
Segundo o deputado, os protestos, que inicialmente eram contra o aumento no valor das passagens de ônibus urbano, logo passaram a reivindicar melhorias nas áreas da saúde, educação, infraestrutura, entre outras. “A população mostrou que não aceitará tudo passivamente poderá voltar à ativa a qualquer momento”, citou. Ele classificou o movimento como o maior desde a luta pelas Diretas, nos anos 80, para eleger o presidente da República.
Graças a estas manifestações, conforme Schuch, o Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e o próprio Poder Judiciário avançaram em projetos que jamais teriam continuidade. “Quem diria que seria uma realidade a redução no preço das passagens de ônibus? A ampliação do debate sobre a mobilidade urbana? A gratuidade da passagem para estudantes? A aprovação do fim do voto secreto? Políticos e agentes privados e públicos corruptos que foram julgados e presos?”, exemplifica.
Para ele, a aproximação da Copa 2014 pode ser um ingrediente para trazer os movimentos à tona novamente. “Pelo que sabemos, no início do ano já podem acontecer alguns manifestos, talvez não no mesmo sentido”, considera.

AVALIAÇÃO POR ÁREA

Conforme o deputado, a economia no estado deve crescer pelo menos três vezes mais do que a economia brasileira (2,5%), alavancada, principalmente, pelo setor agropecuário, onde se destacada a soja. “O Estado continuou avançando na atração de novos investimentos e na recuperação da massa salarial através do Piso Salarial estadual, gerando aumento de demanda e crescimento industrial. Santa Cruz e região também se beneficiam mantendo empresas e empregos”, sublinha.
A saúde pública, segundo avaliação do deputado, pela primeira vez na história conseguiu 10% do orçamento anual. “Isso refletiu em Santa Cruz. Com a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde conseguimos liberar importante volume de recursos para os municípios e hospitais da região. O Hospital Santa Cruz recebeu R$ 1,29 milhão e o Hospital Ana Nery recebeu R$ 1,3 milhão”, salienta.
Outro ponto que foi bastante abordado durante o almoço foi infraestrtura, principalmente as rodovias que antes eram de responsabilidade de concessionárias privadas. “Conseguimos por fim a um modelo que durou 15 anos e não construiu nenhum quilômetro de via duplicada e nem os viadutos de acesso a Santa Cruz do Sul e, ainda por cima, entregou rodovias em péssimo estado de conservação”, considera.
Para o Schuch, o maior desafio agora é fazer com que os recursos arrecadados sejam imediatamente reinvestidos pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), responsável pelos trechos que antes eram das concessionárias privadas. “O valor do pedágio caiu até 60%. Hoje sabemos quanto cada praça rende. É urgente que invista em melhorias nas rodovias, duplicações e construção de viadutos e pontes”, analisa.

AVANÇOS

O deputado Heitor Schuch comemorou a aprovação da Lei do Protetor Solar. A expectativa, agora, é que em janeiro já comece a distribuição de filtro com FPS 30, beneficiando a primeira fase de 100 mil agricultores de 130 municípios gaúchos. Também motivo de comemoração, o parlamentar, enquanto presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), destaca o ritmo intenso do órgão técnico durante todo este ano. Até o início de dezembro, num total de 38 reuniões ordinárias passaram pela CCJ 448 proposições. “Algumas foram bastante polêmicas, como a que previa a regulamentação na venda de agrotóxicos e a que eliminou o chamado Imposto de Fronteira”, lembra.

EXPECTATIVAS

Para o ano de 2014 o deputado citou três importantes projetos: a passagem a Ferrovia Norte Sul pelo Vale do Rio Pardo, a aprovação da lei que cria a Região Metropolitana do Vale do Rio Pardo e pela implementação da Lei do Passe Livre Estudantil. Ele também comentou a falta de acordo para o preço do tabaco. Para Shuch, as negociações deverão ser retomadas em janeiro.
“Senti que os produtores desejam romper com a negociação. Nenhuma empresa admite que terá queda de safra, mas todos sabemos que terá. Além disso, hoje é um sacrifício negociar tabaco. Antes era tudo discutido junto, agora tem que se repetir sete vezes a mesma coisa. Tem que ter paciência! No fim, as diferenças serão centavos”, lamenta.
OsFumicultores estiveram reunidos nos dias 5 e 6 de dezembro, na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul/RS, para negociar o preço do tabaco para a safra 2013/2014. No entanto, a falta de propostas de reajuste por parte das indústrias fumageiras, já que a maioria não apresentou índices para negociar, fez com que a representação dos produtores decidisse interromper as negociações, enquanto as indústrias não modificassem a sua tática de não valorizar os produtores e o processo de negociação.
Apenas duas empresas (Souza Cruz e JTI) das sete agendadas fizeram proposições, porém, muito aquém dos 11,7% solicitados pela representação dos produtores, que é a variação do custo de produção das safras 2012/2013 – 2013/2014, apurado pelas entidades.

Alyne Motta

Almoço para a empresa local e regional apresentou uma avaliação dos
principais momentos do ano