Luciana Mandler
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Realizar o sonho de abrir a própria empresa nem sempre é tão simples quanto parece. Além de toda parte burocrática, às vezes o valor para o investimento não está ao alcance, e então fica mais difícil concretizar o desejo de empreender. E é pensando em pequenos e micro empreendedores que foi criado o Banco do Povo.
Os empresários Daiene Pedó e Diogo Klafke, sócios-proprietários da Precisão Esquadrias de Alumínio, contam que há oito meses, ao buscar orientação sobre abertura da empresa junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santa Cruz do Sul, foram informados da existência do Banco do Povo.
Segundo Daiene, o Banco do Povo para a empresa foi além de uma agência de créditos. “Foi um local que nos atendeu desde o primeiro momento de forma simples e atenciosa, buscando encontrar em conjunto uma forma de atender nosso desejo de empreender”, relata. “Desse modo, o Banco do Povo, por meio de seus colaboradores engajados, disponibilizou uma linha de crédito que atendeu nossa necessidade, possibilitando que o projeto sonhado de empreender se tornasse realidade”, conta feliz.
Para a abertura da empresa no setor de esquadrias, Daiene e Diogo financiaram R$ 20 mil, e revelam que antes de conhecer o Banco do Povo, haviam realizado inúmeras pesquisas em outras instituições bancárias, buscando linhas de crédito, mas em todas o atendimento e as condições de acesso não foram razoáveis para atender as expectativas. “A existência de uma agência de créditos é fundamental para que muitas pessoas possam alcançar o sonho de empreender, sendo que esta, possibilita crédito de forma mais simples e acessível que outros bancos existentes”, aponta a empresária.
QUEM PODE TER ACESSO
Qualquer pessoa empreendedora, seja com ou sem CNPJ, desde o lojista, taxista, caminhoneiro, ambulante, pedreiro, comércio digital, entre tantos outros. Os valores de crédito podem chegar até R$ 20 mil, podendo ser parcelados em até 24 vezes, com possibilidade de ter carência em casos especiais.
O Banco do Povo disponibiliza linhas para capital de giro e linhas para capital fixo. O capital de giro serve para custos, despesas, matéria prima ou produtos para revenda, já o fixo serve para melhorar ou adquirir veículo para o trabalho, compra de equipamentos, construção e reforma, etc.
BANCO
DO POVO
Desde 2012, quando começou a liberar créditos em Santa Cruz do Sul, o Banco do
Povo já beneficiou 4.826 empreendedores, tendo sido liberados R$ 18,6 milhões,
conforme o agente de desenvolvimento do programa, Paulo Mans. Neste ano, até o
fim de setembro, 161 empreendedores foram contemplados e o valor liberado foi
de R$ 1.337.527,50.
Mans explica que o crédito tem o intuito de melhorar as condições do negócio. Neste ano, em virtude da pandemia de Covid-19, a procura foi maior. “Teve mais gente trabalhando por conta própria, empreendendo, abrindo seu CNPJ por perderem emprego”, relata. “Com isso, o próprio Município lançou um programa com taxa de juros a 1,75%, o que também acabou atraindo um número maior de empreendedores, justamente para que pudessem se desenvolver e serem socorridos durante a crise”, esclarece.
Normalizada a situação, Paulo Mans adianta que o Banco do Povo está em busca de novas linhas de créditos, para outras áreas, com juros atrativos e diferenciados, e o principal, com pouca burocracia. “Temos que trabalhar, ir em frente. O pequeno empreendedor que vai fazer toda diferença neste momento”, avalia.
AJUDA IMPORTANTÍSSIMA
Julio Cesar da Silva e Solange Goldschmidt, sócios-proprietários da Cervejaria Tinhosa, de Santa Cruz, conheceram o Banco do Povo através de uma rodada de negócios promovida pelo Sebrae. Há pouco mais de um ano, Paulo Mans auxiliou-os na obtenção de crédito.
“Antes, nossa produção era terceirizada, chamamos de produção cigana no meio cervejeiro, já que não temos uma fábrica fixa”, explica Solange. “Com o valor que financiamos, pudemos agilizar algumas questões que demorariam mais tempo no processo de instalação de nossa fábrica”, aponta. “Pudemos comprar alguns equipamentos e assim ganhamos competitividade, melhoramos nossa margem e deixamos de depender de outras cervejarias para produzir”, completa.
Para Julio e Solange, o Banco do Povo atende justamente o setor que mais precisa: pequenos empreendedores. “Diria que foi uma ajuda importantíssima. Do contrário, as dificuldades para nos estabelecer seriam maiores”, avaliam.